A Justiça argentina aceitou nesta quinta-feira (12) incorporar ao inquérito sobre a morte de Alberto Nisman a perícia encomendada pela ex-mulher do promotor argentino, a juíza Sandra Arroyo Salgado, que sustenta que ele foi vítima de um homicídio, o que contradiz a perícia oficial, que não descarta a hipótese de suicídio.
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Os peritos que fizeram a análise paralela apresentaram seu relatório à Promotoria nesta quinta (12). "O que fizemos hoje foi ratificar todo o conteúdo de nossa perícia, inclusive o ponto 12", afirmou Daniel Salcedo. "Ratificamos tudo o que disse a doutora Sandra Arroyo Salgado, de que descartamos a hipótese de suicídio e de morte acidental."
O ponto ou capítulo 12 do relatório trata de como provavelmente morreu Nisman. Segundo o jornal "La Nación", nesse trecho o relatório afirma que Nisman morreu apoiado sobre um dos joelhos.
Nisman media 1,82 metro, mas, pela forma como seu sangue se espalhou no chão do banheiro, os técnicos afirmam que o disparo que atingiu sua cabeça foi feito à meia altura. Daí a hipótese de que ele estaria de joelhos na hora da morte.
O documento também aponta que Nisman teria morrido em uma posição diferente da que foi encontrado e que foram descobertas manchas lavadas de sangue na pia do banheiro, o que sugere que alguém limpou as mãos no local.
Os peritos estranham que a mão direita do promotor, a que teria feito o disparo, não estivesse suja de sangue, como esperado. Além disso, enfatizam que o exame de pólvora deveria ter detectado algum vestígio do tiro. Essa evidência, que também faz parte da investigação oficial, já afastaria por si só a tese de que o disparo foi feito com a mão direita do promotor.
Eles estranham também que uma toalha pendurada debaixo do lavatório permanecesse limpa após o ocorrido. Isso indicaria que alguém estava na frente e impediu que ela fosse atingida por respingos de sangue.
Ainda segundo o "La Nación", o relatório enfatiza que o corpo foi movido de lugar e apresenta evidências, na forma como o sangue manchou as roupas do promotor, para afirmar que Nisman foi girado depois de morto. Tanto a investigação oficial quando a perícia paralela informam que ele morreu no banheiro de seu apartamento.
Agora, Viviana Fein, promotora responsável pela investigação, convocará uma junta de especialistas para confrontar o resultado da perícia oficial com a feita pelos técnicos contratados por Arroyo Salgado para chegar a uma conclusão.