O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, fez um apelo aos países aliados para que considerem boicotar a Copa do Mundo de 2018, a ser realizada na Rússia, caso Moscou não retire suas tropas do leste ucraniano. O pedido foi publicado em uma entrevista em um jornal alemão nesta segunda-feira (16).
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Poroshenko afirmou ao "Bild" preferir manter o futebol e a política separados, mas que isso não é possível em situações como a do time ucraniano Shakhtar Donetsk, que se vê forçado a jogar em Lviv, a 1.200 km de distância de sua cidade de origem, porque a província de Donetsk encontra-se ocupada por separatistas pró-russos.
"Creio que deve haver uma discussão sobre um boicote à esta Copa do Mundo. Enquanto as tropas russas seguirem na Ucrânia, me parece inimaginável uma Copa neste país", disse Poroshenko, que esteve em Berlim para uma visita oficial nesta segunda.
Poroshenko acusa os separatistas pró-Rússia de violar os acordos mediados por Alemanha e França, que foram assinados em Minsk, em Belarus, no mês passado. O presidente ucraniano cobra nova sanções, ou prorrogação das atuais, devido as várias violações do cessar-fogo estabelecido.
"A Ucrânia cumpriu todos os pontos do acordo de Minsk, e o cessar-fogo foi respeitado desde o início por nossa parte. Os combatentes russos fizeram justamente o contrário", denunciou.
A Copa do Mundo da Rússia acontecerá entre 14 de junho e 15 de julho de 2018. Os pedidos de boicote ao torneio começaram já no ano passado, feitos por políticos europeus, também devido ao conflito na Ucrânia.
Recentemente, o volante marfinense Yaya Touré, do Manchester City, sugeriu que os negros também ficassem fora do torneio, devido aos recorrentes casos de racismo no futebol russo.