Violência

Paquistão executa mais nove condenados à morte

Réus, condenados em diferentes casos, foram executados em prisões da província de Punjab, a de maior população do país

Da AFP
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Publicado em 18/03/2015 às 7:42
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As autoridades paquistanesas executaram nesta quarta-feira por enforcamento mais nove condenados à morte, apesar dos protestos da União Europeia e das organizações de defesa dos direitos humanos.

Os réus, condenados em diferentes casos, foram executados em prisões da província de Punjab, a de maior população do país.

Quarenta e oito pessoas foram executadas desde que o governo suspendeu parcialmente, em dezembro, a moratória sobre a aplicação da pena de morte, em vigor desde 2008.

Em um primeiro momento, as autoridades suspenderam parcialmente a moratória sobre a pena de morte em resposta a um ataque talibã contra uma escola de Peshawar (noroeste) no dia 16 de dezembro, que deixou 154 mortos, em sua grande maioria crianças. Este levantamento envolvia apenas os casos de terrorismo.

No entanto, na semana passada o governo decidiu levantar completamente a moratória sobre a pena de morte.

Na terça-feira, o Paquistão executou por enforcamento 12 condenados, o maior número em apenas um dia desde a retomada da aplicação da pena capital.

Entre eles estava Muhammad Afzal, que tinha apenas 16 anos no momento da condenação, segundo a Anistia Internacional.

"A este ritmo, o Paquistão vai se transformar em um dos maiores carrascos do mundo, um clube vergonhoso ao qual nenhum país deveria aspirar", afirma em um comunicado David Griffiths, vice-diretor da Anistia Internacional para a Ásia. 

A UE pediu ao Paquistão o retorno da moratória sobre a pena de morte e o respeito aos compromissos internacionais, que proíbem o uso da pena capital no caso de crimes cometidos por pessoas com menos de 18 anos".

Um dos casos simbólicos citados pela comunidade internacional é o de Shafqat Husain, condenado à morte quando era adolescente e que tem a execução prevista para o dia 19.

Em 2004, um tribunal antiterrorista condenou o adolescente à pena de morte pelo assassinato de uma criança, apesar dos protestos da família, que alega a inocência do jovem e afirma que ele tinha apenas 15 anos no momento das acusações, o que deveria impedir a execução.

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