Os diplomatas reunidos em Lausanne querem alcançar um acordo político sobre o programa nuclear iraniano, mas a incerteza sobre o êxito das negociações persiste a poucos dias do fim do prazo para alcançá-lo.
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"As negociações são muito duras e complicadas, e há altos e baixos", resumiu o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, em declarações aos jornalistas antes de retomar as negociações na manhã desta sexta-feira.
As delegações americana e iraniana, conduzidas pelo secretário americano de Estado, John Kerry, e por seu colega iraniano Zarif, retomaram no meio da manhã o diálogo, após várias horas de conversas na véspera.
A apenas alguns dias da data fixada para chegar a um acordo sobre este assunto tão delicado, os chanceleres das outra grandes potências começaram a anunciar sua chegada neste fim de semana à cidade suíça de Lausanne.
O francês Laurent Fabius chegará na manhã de sábado, e seu colega britânico Philip Hammond o fará no fim de semana.
"Desejamos alcançar um acordo, e é possível, mas são necessários progressos adicionais (...) esforços adicionais por parte de nossos sócios iranianos", explicou Fabius nesta sexta-feira.
"Este é o momento, junto com nossos principais aliados, de aproveitar o impulso precedente, de pressionar o Irã nos pontos onde as divergências persistem e de fazer força para obter um acordo" de princípio, disse, por sua vez, Hammond na quinta-feira.
Os ministros russo, chinês e alemão ainda não confirmaram sua chegada.
Não é um jogo
"Todos querem. Mas não se trata de um jogo, não vamos terminar esta história com um acordo vago que se romperia a partir do momento em que nos virássemos", ressalta uma fonte diplomática ocidental, lembrando que devem ser estabelecidos parâmetros mais precisos sobre os pontos chave: o enriquecimento de urânio, a duração do acordo, o levantamento de sanções...
Teerã e as potências do 5+1 (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha) negociam há um ano e meio para alcançar um acordo sobre o programa nuclear iraniano, que levou tensões às relações internacionais desde o início dos anos 2000.
A comunidade internacional quer garantir que o Irã não se dotará jamais de uma bomba atômica, controlando rigidamente seu programa nuclear, em troca de um levantamento das sanções que asfixiam o país.
Um acordo provisório assinado em novembro de 2013 já foi prorrogado duas vezes, e os negociadores fixaram como data limite o dia 31 de março para alcançar um acordo político, antes do texto completo com todos os detalhes técnicos que devem ser fixados até 30 de junho.
"Ainda acreditamos que um acordo seja possível, mas em que momento é outra história. Nossa sensação é que verdadeiramente podemos alcançar um acordo, mas que isso exige a vontade política da outra parte", declarou Zarif.
