Cuba afirmou nesta segunda-feira (6) que considera "incompletas e insuficientes" as medidas recentemente tomadas pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para flexibilizar o embargo econômico de 50 anos sobre a ilha.
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"As medidas dispostas por Obama são incompletas e insuficientes, e não mudam a essência dessa medida unilateral mantida pelo governo americano contra Cuba", declarou o ministro de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Rodrigo Malmierca, em entrevista ao jornal oficial Granma.
Depois de Estados Unidos e Cuba terem surpreendido o mundo em dezembro ao anunciar que deixariam para trás meio século de enfrentamentos, o governo americano colocou em vigor em janeiro uma série de medidas para flexibilizar as viagens, o envio de remessas de dinheiro pelas famílias, e o comércio, mas sem eliminar, contudo, o embargo vigente desde 1962.
As medidas incluem a autorização às empresas de telecomunicações para vender equipamentos e serviços a Cuba e aos particulares cubanos para comprar insumos. Os americanos que visitam Cuba também viram aumentar sua cota de compras na ilha.
Malmierca reconheceu que essas medidas "representam um passo favorável", mas afirmou que "não formam a base para a criação de um terreno fértil para avançar".
Estimou que Obama "possui amplas prerrogativas —além das medidas aprovadas em janeiro—, que poderiam contribuir substancialmente para o avanço da normalização das relações bilaterais".
Nesse sentido, indicou a falta de autorização à Cuba para usar o dólar em suas operações internacionais e se referiu à aprovação de determinadas licenças para possibilitar a exportação de produtos cubanos para os Estados Unidos.
"Além de itens tradicionais como rum e tabaco, existem outros que podem ser incluídos nesse possível intercâmbio, como os derivados da biotecnologia", afirmou.
Obama e o presidente cubano, Raúl Castro, assistirão à Cúpula das Américas no Panamá esta semana, um encontro que pode ser a primeira reunião entre os presidentes de Estados Unidos e Cuba em 50 anos.
O embargo só pode ser eliminado pelo Congresso americano, que tem maioria da oposição republicana.