O Quênia divulgou nesta quarta-feira uma lista de 85 pessoas e empresas, incluindo ao menos 13 sociedades de transferência de dinheiro, com supostos vínculos com a milícia islamita somali Al-Shebab, que terão suas contas bancárias bloqueadas preventivamente.
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A lista apareceu no boletim oficial queniano, que indicava que estas entidades e pessoas tinham 24 horas para apresentar sua defesa.
Entre os nomes divulgados aparece o do suposto líder do massacre de cerca de 150 pessoas por um comando islamita na universidade de Garissa (leste), Mohamed Mohamud.
O ministério das Finanças havia anunciado pouco antes que congelaria as contas bancárias destas pessoas ou entidades suspeitas de estar relacionadas com atividades terroristas.
"Ontem, pela primeira vez, estabelecemos uma lista de pessoas e entidades que podem estar envolvidas nas atividades de apoio ao terrorismo", declarou à imprensa Kamau Thugge, funcionário de alto escalão do ministério.
"As contas destas pessoas e entidades serão congeladas", acrescentou.
O funcionário declarou que se tratava de uma medida preventiva, e que uma "investigação em profundidade" determinará seu envolvimento nestas atividades ilegais.
Entre Somália e Quênia, onde vive uma importante comunidade somali, ocorreram importantes transferências de dinheiro através de companhias intermediárias ligadas a bancos (já que a Somália, em guerra civil há mais de duas décadas, não dispõe de sistema bancário próprio).
No sábado, dois dias após o ataque de Garissa, situada a 150 km da fronteira somali, o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, declarou que as pessoas que "planejam e financiam (o terrorismo) estão profundamente implantadas" no Quênia.
Kenyatta prometeu que seu governo responderá severamente aos atentados.
O ataque de Garissa, onde 142 estudantes (em sua maioria cristãos), três policiais e três soldados perderam a vida, é o mais mortífero lançado em solo queniano desde os ataques da Al-Qaeda contra a embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi em 1998, que deixaram 213 mortos.
O massacre foi reivindicado pelos insurgentes islamitas somalis shebab, combatidos pelo exército queniano no sul da Somália desde o fim de 2011.