A ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton deve anunciar no fim de semana sua pré-candidatura democrata para as eleições presidenciais de 2016, segundo a imprensa americana.
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A ex-primeira-dama, que já foi candidata em 2008, poderá fazer o anúncio nas redes sociais e em um vídeo no domingo, segundo o jornal The New York Daily News.
Já o jornal britânico The Guardian afirma que ela fará o anúncio ao meio-dia de domingo (12), no Twitter.
Também há rumores de que Hillary viajará a Iowa, um estado-chave no norte do país e o primeiro a votar nas primárias de 2016.
Os porta-vozes de Hillary Clinton e da organização Ready for Hillary se negaram a comentar a informação.
Ao contrário de 2008, o caminho da indicação democrata está mais livre para ex-chefe da diplomacia americana de 67 anos.
Até agora, nenhum outro democrata é mais conhecido ou apreciado que ela, segundo as pesquisas, que dão a Hillary 60% das intenções de votos nas primárias, segundo a média realizada pela RealClearPolitics.
Os dois democratas que aparecem nas pesquisas, a senadora Elizabeth Warren e o vice-presidente Joe Biden, não se apresentaram ainda como candidatos.
Hillary Clinton dispõe ainda de outra vantagem: seus amigos preparam o terreno há dois anos. A Organização Ready for Hillary arrecadou mais de 14 milhões de dólares para apoiar sua candidatura, de 135.000 doadores, e foram identificados 3,6 milhões de seguidores, uma base pronta a ser mobilizada tão logo comece a campanha oficial.
No entanto, as últimas semanas não foram fáceis para Hillary, depois da revelação de que durante o período como secretária de Estado, de 2009 a 2013, ela usava exclusivamente um e-mail privado, em violação às normas vigentes.
Lição de 2008
A equipe de campanha de Hillary deverá adotar mecanismos diferentes dos usados em sua candidatura em 2008, preferindo reuniões públicas consideradas mais intimistas.
"É importante, e Hillary também pensa assim, que estabeleça uma relação com os eleitores", afirmou seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, revelando a nova estratégia de campanha.
A humildade seria uma peça essencial na nova imagem de Hillary. Depois de vários meses de preparação, ela parece realmente ter aprendido com as lições de sua derrota ante Barack Obama nas primárias democratas de 2008.
"Em 2008, ela tentou se apresentar, em linhas gerais, como uma Margaret Thatcher, como alguém forte, mas não necessariamente como alguém que busca conscientemente utilizar seu gênero como uma vantagem política", assinalou à AFP Lara Brown, da Universidade George Washington.
Para a especialista, a tarefa principal de Hillary será aumentar a participação das mulheres do Partido Democrata, exatamente como Obama fez com a mobilização dos eleitores negros.
Para Jennifer Lawless, especialista em políticas de gênero na American University, "as pessoas reconhecem em Hillary suas qualidades de líder, de alguém forte, mas se sentem menos inclinadas a considerá-la simpática".
A política externa é uma carta na manga de Hillary. Mas, como ela mesma deixa claro no Twitter, o enfoque será a política econômica e social, classe média, desigualdade, saúde e direitos das mulheres.
Ao mesmo tempo, Hillary terá o desafio de diferenciar-se de Obama e obter o apoio da esquerda de seu partido, que critica os contatos que ela mantém com Wall Street e o mercado financeiro.