Arábia Saudita e Egito, os dois pilares da coalizão árabe no Iêmen, anunciaram sua intenção de realizar manobras militares em grande escala em solo saudita, três semanas depois do início da campanha aérea contra os rebeldes xiitas huthis.
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Cairo e Riad formarão uma comissão para realizar grandes manobras militares conjuntas no reino saudita com a participação de outros exércitos do Golfo, anunciou a presidência egípcia, antes de um encontro entre o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, e o ministro da Defesa saudita, Mohamed ben Salman ben Abdel Aziz.
O Egito, o país mais populoso do mundo árabe, participa ativamente da coalizão anti-huthis liderada por Riad. Também esteve na vanguarda do anúncio por parte da Liga Árabe da criação de uma força árabe permanente, cujo objetivo principal será combater os grupos jihadistas na região.
Após o encontro com o ministro saudita, Sissi insistiu que "a segurança no Golfo constitui uma linha vermelha para o Egito, e é parte integrante de sua própria segurança nacional".
No entanto, até o momento não foi divulgado nenhum calendário nem a magnitude ou características das manobras conjuntas do eixo Riad-Cairo.
Conferência de paz
Em terra, um dia após a adoção no Conselho de Segurança da ONU de sanções e de um embargo armamentístico contra os insurgentes iemenitas, os aviões da coalizão seguiram disparando nesta quarta-feira sobre suas posições, principalmente em Saada, reduto dos rebeldes no norte do Iêmen, e em Áden, no sul do país.
Em Áden, os confrontos prosseguiram nesta quarta-feira entre os rebeldes e seus adversários, os combatentes leais ao presidente iemenita Abd Rabo Mansur Hadi, deixando sete mortos, e outros 16 huthis na província de Daleh, ao norte de Áden.
Os huthis não haviam reagido nesta quarta-feira à resolução do Conselho, e sua televisão se limitava a classificar a decisão da ONU de "crime contra o Iêmen", convocando uma marcha em Sanaa para denunciá-la, sem grande acolhida por parte dos habitantes da capital iemenita.
Por sua vez, a Turquia propôs nesta quarta-feira a realização de uma conferência internacional pela paz no Iêmen, que reagruparia todas as partes envolvidas e que pode ser realizada em Riad ou Istambul.
"A Turquia está disposta a aceitar a presença de todas as partes para ajudar na resolução pacífica do conflito", declarou o presidente do Parlamento turco, Cemil Ciçek, em visita oficial em Moscou.
Os rebeldes huthis chegaram a Sanaa em 21 de setembro, antes de expulsar do poder em janeiro o presidente Hadi e iniciar a conquista do sul. Em 26 de março chegaram a Áden, no mesmo dia em que a coalizão iniciou a campanha aérea para derrotá-los.
Os bombardeios deixaram centenas de mortos, a maioria civis, e milhares de feridos, segundo as agências da ONU e ONGs.