Ancara rejeitou nesta quarta-feira (15) antecipadamente uma votação do Parlamento europeu, que deverá se pronunciar sobre uma resolução que encoraja a Turquia a reconhecer o genocídio armênio de 1915 no Império Otomano.
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"Seja qual for o resultado da votação do Parlamento da União Europeia, entrará por um ouvido e sairá imediatamente pelo outro porque a Turquia não pode reconhecer um pecado ou um crime deste tipo", declarou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, à imprensa.
O texto sobre o qual o Parlamento europeu terá que se pronunciar nesta quarta-feira "encoraja a Turquia a aproveitar a celebração do centenário do genocídio armênio como uma oportunidade importante para (...) reconhecer o genocídio armênio e, desta maneira, abrir caminho para uma verdadeira reconciliação entre os povos turco e armênio".
Erdogan havia taxado na terça-feira (14) de delírios as declarações de domingo do papa Francisco, que usou a expressão genocídio para descrever os massacres de armênios cometidos em 1915 pelo Império Otomano.
O genocídio armênio é reconhecido por diversos países, incluindo Argentina, Uruguai, França, Suíça, Rússia e, desde 1987, pelo Parlamento europeu.
A Turquia rejeita o termo genocídio, embora reconheça que ocorreram massacres e que entre 250.000 e 500.000 armênios morreram em Anatolia entre 1915 e 1917 durante o Império Otomano. Os armênios dizem que 1,5 milhão de pessoas morreram.