Os islamitas shebab, aliados da Al Qaeda, reivindicaram nesta segunda-feira (20) a autoria do atentado contra um carro da Organização das Nações Unidas (ONU) na Somália, na localidade de Garowe (Norte), capital da região autônoma de Puntland, em que morreram pelo menos seis funcionários da organização.
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"Visamos à ONU em Garowe, matamos e ferimos pessoas", disse à agência de notícias francesa AFP um porta-voz dos shebab, Abdulaziz Abu Musab.
O porta-voz acusou os funcionários das Nações Unidas de "integrarem as forças de colonização da Somália".
O chefe da missão da ONU no país, Nick Kay, condenou o ataque na rede social Twitter, afirmando "estar chocado pelas mortes".
Nem ele, nem outro representante da organização em Mogadíscio confirmou o balanço feito por Abdulahi Mohamed, da polícia de Puntland, de seis mortos, incluindo quatro estrangeiros.
O chefe da polícia local, Ahmed Abdulahi Samatar, informou que sete pessoas ficaram feridas, incluindo dois estrangeiros.
"Confirmamos a morte de seis funcionários da ONU, incluindo um estrangeiro (...) o inquérito prossegue para determinar as circunstâncias" do ataque, acrescentou.
"Pensamos que a bomba estava presa ao carro e foi ativada perto das instalações da ONU", declarou Abdulahi Mohamed. "A base da ONU não foi atingida e não se tratou de um atentado com carro-bomba", disse.
Fontes dos serviços de segurança da Somália observaram que o carro pode ter passado sobre uma bomba artesanal, colocada à beira da estrada.
A Somália vive uma guerra civil e não tem um efetivo poder central desde a queda do presidente Siad Barre, em 1991.
Como os anteriores, o atual governo, reconhecido pela comunidade internacional, não consegue estender a sua autoridade além da capital e periferia.
Os shebab, originários de um setor dos tribunais islâmicos que controlaram durante seis meses, em 2006, o Centro e o Sul do país, incluindo a capital, lideram a rebelião armada e querem derrubar as autoridades de Mogadíscio.
Os rebeldes, aliados da Al Qaeda mas derrotados no terreno militar pela Força da União Africana (Amisom), que apoia o Exército, multiplicam os ataques e as ações de guerrilha na Somália e no Quênia, país vizinho, contra representantes do governo, funcionários, tropas da Amisom e trabalhadores de organizações não governamentais e da ONU.
O grupo reivindicou o atentado contra a Universidade de Garissa, no início de abril, que causou 148 mortos, e o ataque contra o Centro Comercial Westgate em Nairobi, que deixou pelo menos 67 mortos, em setembro de 2013.