Europa

Itália defende combate a traficantes para tentar conter fluxo de imigrantes

O primeiro-ministro da Itália disse que a hipótese de uma ação militar está fora de cogitação no momento, mas disse acreditar que é possível intervir para destruir as quadrilhas de traficantes

Da Folhapress
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Publicado em 20/04/2015 às 13:33
Foto:  MARINA MILITARE / AFP
O primeiro-ministro da Itália disse que a hipótese de uma ação militar está fora de cogitação no momento, mas disse acreditar que é possível intervir para destruir as quadrilhas de traficantes - FOTO: Foto: MARINA MILITARE / AFP
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O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, disse nesta segunda-feira (20) que estuda realizar intervenções contra traficantes de pessoas na Líbia como uma das ações para tentar diminuir o fluxo de imigrantes no mar Mediterrâneo.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), pelo menos 1.650 pessoas morreram em naufrágios no trecho entre a África e a Itália desde janeiro, quase a metade das 3.500 mortes registradas na região em todo o ano de 2014.

Em entrevista, Renzi disse que a hipótese de uma ação militar está fora de cogitação no momento, mas disse acreditar que é possível intervir para destruir as quadrilhas de traficantes. Ele, porém, não deu detalhes de como se daria o processo.

"Vemos organizações criminosas que estão fazendo negócios, ganhando dinheiro e, sobretudo, roubando muitas vidas. A União Europeia não pode concordar com a comercialização de vidas humanas, mas colocar em prática ações para acabar com esta prática".

Ele pediu resposta conjunta da União Europeia para dar conta do fluxo migratório. "A crise humanitária deve ter uma resposta não só por parte de Itália e Malta. Aquilo que estamos fazendo deve se tornar uma prioridade comunitária".

Questionado sobre o resgate das vítimas dos naufrágios, Renzi disse fazer o possível para salvar as vidas dos imigrantes que estavam em um barco pesqueiro com pelo menos 700 pessoas que naufragou no domingo (19).

E informou que as guardas costeiras italiana e de Malta tentam resgatar vítimas de outros dois barcos que foram a pique nesta segunda (20), um com 150 e outro com 300 pessoas.

REUNIÃO

O governo italiano vem pedindo mais apoio da União Europeia para enfrentar a crise imigratória e no domingo (19) pediu uma reunião de chefes de Estado e de governo para abordar o assunto. O encontro foi confirmado para a próxima quinta (23).

Nesta segunda, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que fará todo o possível para impedir novas mortes no Mediterrâneo e citou como prioridades o combate ao tráfico humano e à instabilidade política no norte da África e no Oriente Médio.

Posição semelhante tem o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que também defendeu a necessidade de uma reunião de chefes de Estado e governo para definir as próximas ações das autoridades europeias.

Já o ministro do Interior da Espanha, Jorge Fernández Díaz, disse que não se deve transformar a Agência Europeia de Controle de Fronteiras (Frontex) em uma agência de resgate sem combater os criminosos que enviam os imigrantes.

A Acnur afirma que em 2015 mais de 35 mil solicitantes de asilo e imigrantes chegaram à Europa cruzando o Mediterrâneo. Em todo o ano de 2014, 290 mil imigrantes sem documentos usaram a rota para buscar refúgio no velho continente.

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