Os envolvidos no conflito na Ucrânia celebraram nesta quarta-feira (6) discussões de paz em Minsk, em um momento de crescente tensão no terreno com a morte de cinco soldados ucranianos nas últimas 24 horas.
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Os emissários de Kiev, dos separatistas pró-russos, de Moscou e da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) se encontraram na capital de Belarus pela primeira vez desde a assinatura, em 12 de fevereiro, dos acordos de paz de Minsk 2, que permitiram um novo cessar-fogo.
À imprensa, Denis Puchiline, emissário da autoproclamada república separatista de Donetsk, elogiou "um passo esperado há muito tempo" durante um encontro no qual participaram pela primeira vez representantes de sub-grupos encarregados de assuntos específicos: segurança, economia, política e questões humanitárias.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, nomeou quatro autoridades, entre as quais duas personalidades da política ucraniana: Volodymyr Gorbuline, ex-secretário do Conselho de Segurança sob a presidência de Léonid Kutchma, ele mesmo emissário de Kiev, e Evguen Martchouk, ex-primeiro-ministro e ex-chefe dos serviços de segurança.
"As partes chegaram a um consenso e concordaram em continuar com o trabalho", comentou Darka Olifer, porta-voz de Kutchma.
A representante da OSCE, Heidi Tagliavini, considerou o trabalho "construtivo", enquanto o emissário russo falou de um "passo importante para uma solução" ao conflito.
Contudo, no terreno, cinco soldados ucranianos perderam a vida e 12 ficaram feridos nas últimas 24 horas no leste do país, segundo anunciou nesta quarta um porta-voz militar, horas antes da retomada dos diálogos de paz entre Kiev e os rebeldes pró-russos em Minsk.
"As forças da operação antiterrorista sofreram as piores perdas ontem em Avdiivka", uma localidade sob controle ucraniano próxima ao aeroporto de Donetsk, nas mãos dos insurgentes desde janeiro, indicou aos meios de comunicação Andrii Lysenko.
O porta-voz disse que quatro soldados haviam morrido na explosão de seu veículo blindado por uma mina artesanal. Outro soldado morreu em Svitlodarsk, perto de Debaltsev, um nó ferroviário estratégico retomado pelos rebeldes em fevereiro, apesar do cessar-fogo iniciado em 15 de fevereiro.
Embora a trégua tenha começado a ser respeitada globalmente pouco depois de sua entrada em vigor, ocorrem combates esporádicos regularmente no leste separatista pró-russo da Ucrânia, onde o conflito deixou mais de 6.100 mortos em mais de um ano.
Neste contexto, em visita a Kiev, o chefe da diplomacia italiana, Paolo Gentiloni, lembrou a necessidade de um respeito total dos acordos de paz de Minsk.
"Isso permitiria relações menos negativos com a Rússia", acrescentou Gentiloni que, no entanto, apoiou as sanções econômicas impostas pela União Europeia e os Estados Unidos contra Moscou por seu suposto envolvimento no conflito na Ucrânia.