Centenas de escolas permaneceram fechadas nesta quinta-feira na Coreia do Sul, enquanto as autoridades tentam controlar o pânico provocado pelo coronavírus MERS, que já infectou 35 pessoas e matou duas.
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Mais de 700 estabelecimentos escolares, de creches a universidades, fecharam suas portas por medo da população diante do que se tornou o maior surto de Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS, por sua sigla em inglês) fora da Arábia Saudita.
Mais cinco casos foram confirmados nesta quinta-feira, elevando o total de infecções conhecidas a 35, de acordo com o ministério da Saúde. O primeiro caso da doença foi detectado no dia 20 de maio, e um total de 1.660 pessoas expostas - direta ou indiretamente - ao vírus estão atualmente em quarentena ou sob observação, explicou o ministério da Saúde.
A origem dos casos de MERS na Coreia do Sul foi um homem de 68 anos, diagnosticado há duas semanas, após seu retorno do Oriente Médio, onde esteve por cerca de dez dias na Arábia Saudita, foco da doença. Em Seul, a crescente preocupação entre os cidadãos tem se refletido em uma maior utilização de máscaras em ônibus e metrôs.
As autoridades sul-coreanas são acusadas de reagir tardiamente para identificar casos potenciais após a descoberta do primeiro infectado. Neste contexto, a Organização de Turismo da Coreia (KTO) informou nesta quinta-feira que cerca de 7.000 turistas, principalmente da China e Taiwan, cancelaram suas viagens para a Coreia do Sul.
"Um cancelamento maciço dessa escala é muito incomum... e muitos turistas mencionaram o surto de MERS como a principal razão", afirmou um porta-voz da KTO à AFP. Em uma reunião de emergência realizada na quarta-feira com as autoridades de saúde, a presidente Park Geun-Hye pediu "maiores esforços" para conter a propagação do vírus e atenuar o medo entre a população.
Por outro lado, a Coreia do Sul informou nesta quinta-feira que irá instalar câmeras de imagem térmica em sua zona industrial de Kaesong, atendendo a um pedido da Coreia do Norte, para evitar a propagação do vírus para o norte. Kaesong abrange 10 quilômetros na fronteira entre as duas Coreias. Todos os dias, cerca de 500 sul-coreanos viajam para lá para trabalhar em fábricas que também empregam cerca de 53.000 trabalhadores norte-coreanos.
Tanto o coronavírus MERS quanto a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) causam uma infecção dos pulmões, febre, tosse e dificuldades respiratórias. Ao contrário do SARS, o coronavírus provoca falha renal e não tem qualquer tratamento preventivo.Mais de 20 países foram afetados por este vírus, contra o qual não existe vacina ou tratamento. A maioria dos casos foram relatados na Arábia Saudita, onde mais de 400 pessoas morreram desde 2012.