Conflito

Coalizão atinge EI na Síria em apoio aos rebeldes pela primeira vez

Os aviões da coalizão internacional bombardearam durante a noite as posições do EI na província de Aleppo, onde o grupo combate há dez dias os rebeldes

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Publicado em 07/06/2015 às 15:36
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A coalizão dirigida pelos Estados Unidos bombardeou o grupo Estado Islâmico (EI) no norte da Síria, intervindo pela primeira vez em uma batalha entre os jihadistas e seus rivais rebeldes, informou neste domingo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Os aviões da coalizão internacional bombardearam durante a noite as posições do EI na província de Aleppo, onde o grupo combate há dez dias os rebeldes, inimigos ao mesmo tempo do regime de Bashar al-Assad e desta organização extremista.

Desde seu início, no dia 23 de setembro, os bombardeios aéreos eram dirigidos a zonas sob o controle do EI ou àquelas nas quais as forças curdas combatiam os jihadistas.

Mas neste domingo "é a primeira vez em que a coalizão dá apoio aéreo a grupos não curdos em seu combate ao EI na Síria", afirmou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Segundo a organização, "um avião da coalizão lançou quatro ataques contra posições do EI em Suran", localidade rebelde capturada pelos jihadistas há uma semana.

 

 

'Apoio indireto à Al-Qaeda'

Desde então, o grupo ultrarradical sunita se aproximava da cidade de Marea, situada em uma estrada que conduz à Turquia e que é crucial para o abastecimento dos insurgentes.

Além disso, o EI pretendia tomar o controle da localidade de Aazaz, perto de outra passagem de suprimentos dos rebeldes a partir da Turquia.

"Os bombardeios, que deixaram oito mortos, entre eles um chefe do EI, podem ser considerados um apoio aos rebeldes, inclusive se entre estes últimos estiver incluída a Frente Al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda", afirma Rahman.

"Isso pode ser interpretado como um apoio indireto à Al-Qaeda", acrescentou.

Embora a Al-Nusra esteja na lista de organizações terroristas de Washington, o diretor da ONG apontou como possível causa o fato de os "Estados Unidos terem tomado a decisão para impedir que o EI chegue a Aazaz".

No Twitter, simpatizantes do EI expressaram seu choque após os bombardeios, acusando os rebeldes de serem espiões dos Estados Unidos e de colaborarem com a coalizão.

O conflito na Síria opunha no início o regime contra os rebeldes laicos e islamitas, antes da chegada de muitos grupos jihadistas, especialmente o Estado Islâmico, que atualmente controla extensos territórios no país e no vizinho Iraque.

 

EI expulso em Hasaka

Em outro front do conflito, no nordeste, o exército sírio expulsou os jihadistas do EI das imediações de Hasaka, capital da província de mesmo nome que o grupo tenta conquistar desde 30 de maio, segundo o regime e o OSDH.

"O EI, que estava desde quinta-feira na entrada sul da cidade, foi obrigado a se retirar dois quilômetros" devido aos combates, informou o OSDH.

Paralelamente, e depois de terem se mantido à margem da batalha, as forças curdas começaram a combater na noite de sábado o grupo extremista, mas nos arredores de seus quartéis, no oeste da cidade.

"O envolvimento dos curdos ocorre após as críticas das autoridades da cidade" relacionadas a sua inação, disse Rahman.

Os combates deixaram ao menos 119 mortos: 71 soldados e milicianos leais ao regime e 48 combatentes do EI, incluindo 11 suicidas que se imolaram em carros-bomba contra posições do regime.

Uma eventual queda de Hasaka daria ao EI o controle de uma segunda capital provincial depois de Raqa (norte), seu reduto.

A capital provincial de Idleb (noroeste) também escapa ao regime, mas está nas mãos da Frente Al-Nosra e dos rebeldes sírios. 

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