Com bloqueios de estradas e protestos, o governo da presidente argentina Cristina Kirchner enfrentava nesta terça-feira uma nova greve de transporte terrestre, aéreo e marítimo exigindo aumentos salariais que compensem a alta inflação, em plena campanha para as eleições gerais de 25 de outubro.
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As centrais sindicais opositoras iniciaram à meia-noite uma greve nacional de 24 horas e instalaram bloqueios nos principais acessos a Buenos Aires após as 6 da manhã (mesmo horário de Brasília).
A medida de força, que inclui motoristas de ônibus, trens, caminhões, aviões, barcos e metrô, recebeu o apoio de três centrais sindicais que criticam o governo de Kirchner e promete paralisar as atividades em grande parte deste país de 40 milhões de habitantes.
O presidente do sindicato de 'Dragado y Balizamiento', Juan Carlos Schmid, integrante da Confederação de Trabalhadores do Transporte (CATT), advertiu que a greve é "um forte sinal" para o próximo governo.
Esta greve "será um forte sinal para os que tiverem que administrar e virem qual é a capacidade e a possibilidade de acordos na futura gestão", disse o sindicalista.
Enquanto isso o chefe de Gabinete de Kirchner, Aníbal Fernández, rejeitou a medida de força ao considerá-la "uma greve política com o objetivo de gerar este tipo de confusão".
Durante o dia não haverá coleta domiciliar de resíduos, distribuição de alimentos ou combustíveis.
O setor marítimo portuário, com o polo agroexportador de Rosario (312 km ao norte da capital) na liderança, ameaça ficar paralisado totalmente, embora a duração do fim das atividades não deva acarretar maiores problemas.
Vários sindicatos importantes, como os bancários e o setor de comércio, não aderiram à greve, mas muitos trabalhadores não poderão chegar aos seus locais de trabalho pela falta de transporte.
O secretário-geral da União Transviária Automotora, Roberto Fernández, disse que esta medida de força foi utilizada porque o governo não ouviu as exigências em matéria salarial, inflação e impostos sobre as remunerações.