A sexta-feira (26) tinha tudo para ser um dia como qualquer outro, quando ataques terroristas em três continentes evidenciaram o poder do terrorismo no mundo. França, Síria, Kuwait e Tunísia sofreram com ataques, causando cerca de 80 mortes. Nos dois últimos países, o Estado Islâmico assumiu a autoria, mostrando o poderio do seu ataque às nações ocidentais e fazendo com que várias delas elevassem o nível de alerta antiterrorista, como a Itália e a Espanha. Abaixo, confira como aconteceram os casos que deixaram o mundo perplexo:
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FRANÇA
Uma pessoa foi decapitada e várias ficaram feridas em um atentado terrorista cometido às 10h locais (5h de Brasília) em uma fábrica de gás perto da cidade de Lyon, no centro-leste da França, quase seis meses depois dos ataques contra a revista satírica Charlie Hebdo.
Um suspeito foi detido e identificado, anunciou o presidente francês, François Hollande, que voltou rapidamente de uma visita que fazia a Bruxelas. A cabeça encontrada estava coberta com inscrições em árabe, de acordo com a AFP. Um dos autores do atentado entrou na fábrica da Air Products com uma bandeira islamita e detonou vários cilindros de gás, indicaram as fontes.
TUNÍSIA
Ao menos 37 pessoas, incluindo turistas estrangeiros, morreram quando um estudante abriu fogo contra um hotel localizado na cidade de Sousse, balneário no leste da Tunísia, no que pode ser considerado como o pior atentado da história do país. Outras trinta pessoas ficaram feridas, alguns em estado crítico, segundo o ministério da Saúde do país.
Segundo o governo tunisiano, o autor do ataque seria "um tunisiano, originário da região de Kairouan (centro da Tunísia) e seria um estudante que não tinha ficha na polícia".
O ataque aumenta as estatísticas de um país que sofre com constantes ameaças jihadistas desde a Revolução de 2011, e cerca de três meses após o ataque contra um museu na capital, Túnis.
O presidente tunisiano, Beji Caid Essebsi, em visita ao local da tragédia, disse que o país não pode enfrentar a ameaça jihadista sozinha, e clamou por uma "estratégia global" contra o terrorismo.
No momento do ataque "havia 565 clientes no hotel. Os clientes são majoritariamente do Reino Unido e da Europa central", indicou a direção do hotel em um comunicado.
KUWAIT
Um ataque suicida em uma mesquita do Kuwait deixou 25 pessoas mortas e 202 feridas, segundo representantes do governo. As pessoas atacadas eram do ramo dos xiitas. O ato foi reivindicado pelo grupo jihadista sunita Estado Islâmico (EI) e acontece em pleno mês do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos. Esta é a primeira vez que o Kuwait é atingido pelo grupo jihadista.
Na semana passada, um porta-voz do EI convocou os muçulmanos em todo o mundo para se envolverem na guerra santa durante o Ramadã, que teve início no dia 17 de junho, para fazer "um mês de miséria para os descrentes".
O emir do Kuwait, xeque Sabah al-Ahmad al-Sabah, esteve no local do ataque, visivelmente emocionado.
SÍRIA
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), um atentado suicida contra um ponto dos serviços de segurança na cidade de Hassake, no nordeste da Síria, causou a morte de cerca de 20 membros do governo. O ataque também foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico.
Ainda segundo o OSDH, um carro-bomba se dirigiu à sede da segurança criminal no sul da cidade, onde violentos combates ocorrem desde a quinta-feira (25).
RESPOSTA
Os países atingidos — exceto a Síria, afundada em uma guerra civil desde 2011 — aumentaram o nível de alerta antiterrorista. A Casa Branca, a Organização das Nações Unidas e o Itamaraty repudiaram os violentos ataques espalhados pelo mundo.