Em meio a um mar de bandeiras nas cores do arco-íris, a Marcha do Orgulho Gay de Nova York festeja neste domingo (28) a histórica decisão da Suprema Corte de legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país.
Cerca de dois milhões de pessoas devem lotar as ruas da Big Apple, neste domingo, dois dias depois do anúncio da mais alta instância judicial dos Estados Unidos.
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Dois dos mais famosos atores homossexuais da Grã-Bretanha, Derek Jacobi e Ian McKellen, lideram o desfile, junto com Kasha Jacqueline Nabagesera, fundadora em Uganda de uma organização de direitos da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).
"Hoje, marchamos com os nova-iorquinos e com os Estados Unidos para apoiar seus direitos. Também estou aqui para apoiar minha luta. Resta um longo caminho a percorrer em Uganda", disse ela à AFP. Nesse país africano, a homossexualidade continua sendo crime.
Antes da inauguração da festa, no início da tarde, fez-se um minuto de silêncio pelos que não puderam estar presentes - as vítimas da aids, aqueles que se suicidaram e os que foram assassinados por ódio e preconceito, por exemplo.
Após a breve homenagem, o ator Tituss Burgess cantou o hino nacional americano, e a alegria voltou a tomar conta da colorida multidão.
De camisa azul e gravata arco-íris, o prefeito democrata Bill de Blasio agitava uma bandeira multicolor na frente da marcha, acompanhado da mulher e dos dois filhos adolescentes. Um grupo de judeus ortodoxos apareceu com um grande cartaz, afirmando que o Torá proíbe os casamentos homossexuais.
Nas ruas, bandeiras e perucas de todas as cores, travestis seminus, cartazes sore o amor: a Parada Gay de Nova York se mantém fiel à sua tradicional extravagância e criatividade, 45 anos depois de seu primeiro evento.
A primeira marcha pelos direitos dos homossexuais de Nova York aconteceu em 28 de junho de 1970. A "Parade" foi realizada um ano depois do episódio conhecido como "distúrbios de Stonewall", quando a polícia fez uma batida no bar gay Stonewall Inn, em Greenwich Village, provocando manifestações espontâneas e violentas.