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Na Bolívia, papa recebe um crucifixo em forma de símbolo comunista

O simbolo da foice cruzada com o martelo é um ícone da esquerda desde a Revolução Russa, em 1917

Da Folhapress
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Publicado em 09/07/2015 às 11:40
Foto: VINCENZO PINTO / AFP
O simbolo da foice cruzada com o martelo é um ícone da esquerda desde a Revolução Russa, em 1917 - FOTO: Foto: VINCENZO PINTO / AFP
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Em sua visita à Bolívia, na quarta-feira (8), o papa Francisco recebeu um presente inusitado do presidente Evo Morales: uma imagem de Jesus Cristo entalhada em madeira, numa cruz formada por uma foice e martelo.

A imagem entregue por Evo ao papa é uma reprodução de escultura feita pelo sacerdote espanhol Luis Espinal, assassinado em 1980 por paramilitares por sua ligação com movimentos sociais bolivianos. Francisco visitou o local onde seu cadáver foi encontrado e homenageou o religioso.

O simbolo da foice cruzada com o martelo é um ícone da esquerda desde a Revolução Russa, em 1917. Cada ferramenta representa uma classe de trabalhadores: a foice, os camponeses; o martelo, os operários. A imagem tornou-se o símbolo do Exército Vermelho, da então União Soviética e dos partidos comunistas ao redor do mundo.

Morales se define como representante de uma corrente política conhecida como "Socialismo do Século 21", ao lado dos governantes da Venezuela e do Equador.

Além do inusitado crucifixo, Morales também entregou a Francisco um exemplar do "Livro do Mar", editado pelo governo da Bolívia. A publicação resume o histórico da disputa territorial entre o país andino e o Chile, que será julgada pela Corte Internacional de Haia.

O papa também foi condecorado com o Condor dos Andes, maior honraria oferecida pelo país, além da distinção Luis Espinal, criada para homenagear religiosos que se destaquem pela defesa dos pobres, dos marginais e dos enfermos.

Morales, por sua vez, recebeu uma reprodução do mosaico "Salus Populi Romani", imagem de Nossa Senhora com o menino Jesus nos braços, cujo original está exibido desde 1611 na capela da Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Trata-se de uma das sete igrejas de peregrinação dos católicos.

Francisco desculpou-se com Evo, dizendo que a lembrança que lhe trazia era "mais simples" do que as recebidas.

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