O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, pediu nesta quarta-feira (18) ao Parlamento do país que ratifique o novo programa de resgate à Grécia, que encerrará meses de negociações acaloradas entre Atenas e seus credores internacionais.
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Schäuble, que falou na Casa antes de os parlamentares alemães votarem o assunto nesta quarta-feira, disse que a decisão sobre o programa de 86 bilhões de euros (US$ 95 bilhões) não é fácil e enfatizou que ele mesmo não enfrentou a situação com facilidade.
"É claro, meus queridos colegas, que não há garantia de que isso tudo vá funcionar e é normal que haja dúvidas, em face das experiências dos últimos meses e anos", disse Schäuble, durante debate sobre o terceiro pacote de resgate grego em cinco anos, para o qual os parlamentares tiveram de interromper seu recesso. "Mas devido ao fato de o Parlamento grego já ter aprovado uma grande partes das medidas (que preveem ajuda financeira em troca de reformas), seria irresponsável não usar a chance de um novo começo na Grécia agora," completou.
Schäuble foi um dos principais críticos das negociações com o governo esquerdista da Grécia nos últimos meses e seu aval ao programa é crucial para conquistar o apoio de parlamentares céticos da coalizão conservadora da chanceler alemã, Angela Merkel.
"Se a Grécia respeitar o acordo e se o programa for implementado de forma decisiva e plenamente, a economia grega poderá voltar a crescer nos próximos anos. A oportunidade foi dada e se ela vai ser aproveitada é uma decisão que depende apenas do povo grego", afirmou o ministro durante o debate.
Schäuble também comentou que a participação do Fundo Monetário Internacional (FMI) no resgate à Grécia é fundamental para o governo alemão e disse não ver espaço para a concessão de alívio à dívida grega.
A Alemanha e parlamentos de outros países da zona do euro devem aprovar o programa de resgate antes de a Grécia receber novos recursos financeiros. Amanhã, Atenas tem uma dívida de 3,4 bilhões de euros a pagar ao Banco Central Europeu (BCE).
A expectativa é que a câmara baixa do Parlamento alemão aprove hoje o resgate à Grécia. A coalizão de Merkel domina 80% dos assentos do Bundestag, como é conhecida a câmara.