O refugiado sírio Subhi Nahas relatou, em encontro do Conselho de Segurança da ONU, nesta segunda-feira (24), que, além de sofrer perseguição de grupos terroristas, também enfrentava ameaças do pai dentro de casa por ser gay.
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Hoje refugiado nos Estados Unidos, Nahas disse que testemunhou o assassinato de homens suspeitos de serem gays quando a facção terrorista Al-Nusra tomou o controle da cidade onde nasceu, Idlib.
O Estado Islâmico (EI), que controla partes da Síria, também persegue a "sodomia". Vídeos em que homossexuais são atirados do topo de prédios e apedrejados até a morte circulam pela internet com autoria atribuída ao EI.
"Esse era o meu destino", afirmou Nahas, segundo a agência de notícias Reuters. Ele deixou a Síria, passou pelo Líbano e mesmo na Turquia recebeu ameaças. Nahas relatou que um antigo colega de escola queria matá-lo para ter direito a ir para o paraíso.
Por telefone, um iraquiano identificado como Adnan afirmou que o EI persegue homossexuais por meio de contatos em telefones celulares e contas em redes sociais de pessoas capturadas.
"Na minha sociedade, ser gay equivale à morte", disse. "Quando o EI mata gays, a maioria das pessoas fica feliz por achar que somos maus. Minha própria família se voltou contra mim."
LGBT NA ONU
Essa foi a primeira vez que o Conselho de Segurança realizou encontro sobre a perseguição à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros).
Organizada pelas missões dos Estados Unidos e do Chile na ONU, a reunião foi fechada para a imprensa e não era obrigatória.
Dois membros não permanentes não mandaram representantes: Chade e Angola. Também integram o conselho Jordânia, Lituânia, Malásia, Nova Zelândia, Nigéria, Espanha e Venezuela.
Além de EUA, os membros permanentes são China, França, Rússia e Reino Unido.
Segundo a embaixadora da missão americana, Samatha Power, fotos e vídeos foram exibidos no encontro, que foi "comovente" e "histórico".