Os parentes das mais de 200 "estudantes de Chibok" se preparam para lembrar quinta-feira os 500 dias de seu sequestro pelo Boko Haram no norte da Nigéria, onde o grupo islâmico continua a espalhar o terror.
Leia Também
Militantes islamitas invadiram em 14 de abril de 2014 a escola de Chibok, no estado de Borno, berço do movimento extremista, para sequestrar 276 meninas que se preparavam para as provas.
Cinquenta e sete delas conseguiram escapar, mas o destino de 219 outras permanece incerto.
Um mês após o sequestro, o grupo jihadista publicou um vídeo em que as meninas apareciam vestidas de preto e recitando o Alcorão.
O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, explicou na ocasião que as jovens haviam sido convertidas ao Islã e "casadas" com os militantes do movimento islâmico.
O caso provocou uma onda de indignação mundial e um movimento "Bring Back our Girls" (Tragam nossas filhas) surgiu, apoiado por personalidades de todo o mundo, incluindo Michelle Obama e Angelina Jolie.
Na quinta-feira, o movimento organiza uma grande marcha em apoio em Abuja, capital da Nigéria, marcando os 500 dias do rapto das meninas.
"Fazem 498 dias, falhamos em nossa tarefa, deveríamos tê-las salvo no dia do seu sequestro", disse à AFP Aisha Yesufu, porta-voz do movimento.
O exército nigeriano, apoiado por tropas de países vizinhos, Chade e Camarões em particular, infligiram golpes ao Boko Haram desde o início de 2015 e recuperaram alguns bastiões do movimento.
Dezenas de prisioneiros foram libertados do Boko Haram, mas não as meninas de Chibok.
Os militares garantem saber onde elas estão, perto da floresta de Sambisa, no estado de Borno (nordeste), mas explicam que uma operação militar poderia colocar suas vidas em perigo.
O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, que assumiu o cargo no final de maio, deu três meses para seus militares aniquilarem o Boko Haram, considerado responsável pela morte de 15.000 pessoas desde sua aparição em 2009.