O Reino Unido teve o maior saldo migratório (número de imigrantes menos número de emigrantes) desde que os números começaram a ser registrados, nos 12 meses anteriores a abril, 330.000 (+40%), segundo dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (27).
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Neste período chegaram ao Reino Unido 636.000 imigrantes, 84.000 a mais que nos 12 meses anteriores, 307.000 britânicos (-9.000) deixaram o país, o que constitui "o maior saldo migratório já registrado", anunciou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS).
O principal fator por trás deste aumento foi a chegada de 269.000 pessoas procedentes da União Europeia (UE), principalmente Romênia e Bulgária.
O aumento contínuo do saldo migratório no Reino Unido fez com que, pela primeira vez, os residentes no país nascidos no exterior superassem a marca de oito milhões, um em cada oito. Em 2004 o número era de 5,3 milhões, um em cada 11.
Os dados representam um problema político para o primeiro-ministro David Cameron, que vê em seu Partido Conservador uma intensificação dos pedidos de medidas duras contra a imigração.
Cameron prometeu reduzir o saldo migratório para abaixo das 100.000 pessoas, mas a boa situação econômica do país atrai cada vez mais pessoas.
Os números são "decepcionantes", afirmou o secretário de Estado para a Imigração, James Brokenshire, antes de completar que devem constituir "um aviso para a União Europeia".
O governo de Cameron, que planeja organizar um referendo sobre a possibilidade de saída do bloco europeu até 2018, pede a Bruxelas medidas para frear a imigração dentro da UE.
Mas o problema do verão (hemisfério norte) para o governo é o grande número de fotografias publicadas pelos tabloides do porto francês de Calais, do outro lado do Canal da Mancha, onde milhares de refugiados tentam chegar ao Reino Unido por qualquer meio.
Apesar do alarmismo, o Reino Unido recebeu apenas 25.711 pedidos de asilo nos 12 meses anteriores a julho de 2015, número bem inferior ao recorde de 84.132 registrado em 2002, segundo o ONS.
Eritreia, Paquistão e Síria foram os países, nesta ordem, de onde vieram a maioria dos demandantes.