A meta da coligação da esquerda radical (Syriza) para as eleições antecipadas na Grécia é conseguir a maioria absoluta para governar nos próximos quatro anos, afirmou hoje (30) o ex-primeiro-ministro e líder do partido, Alexis Tsipras.
Na sexta-feira (28), o presidente da Grécia, Prokopis Pavlopoulos, convocou eleições legislativas antecipadas no país para 20 de setembro.
Em entrevista ao semanário grego Realnews sobre o assunto, Alexis Tsipras, que procura conquistar um segundo mandato como primeiro-ministro, respondeu: “É simples, claro e democrático: pedimos um mandato forte, uma maioria absoluta para um governo do Syriza”.
E acrescentou: “É uma oportunidade para sair do bipartidarismo da Nova Democracia [ND, direita] e do Pasok [socialistas gregos]".
As mais recentes sondagens indicam que o Syriza tem uma vantagem entre 1 a 3,5 pontos percentuais sobre o principal adversário, a ND, o que inviabiliza um possível cenário de uma maioria absoluta.
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A formação liderada por Tsipras será assim forçada a procurar aliados para formar um governo de coligação, como fez após a votação de janeiro, quando perdeu a maioria absoluta por dois lugares.
Alexis Tsipras já excluiu qualquer cooperação com os partidos “do velho sistema político”, indicando que só o partido populista de direita Os Gregos Independentes (Anel), o seu parceiro governamental durante os últimos oito meses, poderia desempenhar esse papel.
Apesar das promessas de acabar com a austeridade na Grécia, o líder do Syriza assinou em julho em Bruxelas um acordo com os credores europeus que prolonga o rigor, em troca de um novo empréstimo.
Questionado pelo semanário por que “não pediu desculpas ao povo grego”, Alexis Tsipras respondeu com uma pergunta: "Por que deveria pedir perdão?". "Lutei com toda a minha alma para permanecer fiel ao mandato do povo grego", cuja maioria não queria a saída do país da zona euro, uma ameaça colocada pelos credores internacionais, justificou o político.
O compromisso de Atenas para realizar “reformas a fim de reparar a economia do país” foi uma condição necessária colocada pelos credores antes de dar luz verde a um novo empréstimo de 86 bilhões de euros em três anos.
Ainda em declarações ao semanário grego, Alexis Tsipras reiterou que “enfrentou uma guerra económica” e que “não conseguiu vencer todos os monstros e corrigir todos os problemas do país que o velho sistema político provocou: a corrupção, os barões de evasão fiscal, os homens políticos corruptos".