Os EUA e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão pressionando a Ucrânia a cumprir os termos do acordo de resgate de US$ 40 bilhões, em meio a sinais de crescentes tensões na coalizão de governo.
Leia Também
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, tem prometido que seu governo está comprometido com as reformas econômicas exigidas para o próximo estágio do programa do FMI, incluindo elevar impostos, reformular o sistema de previdência e privatizar ativos estatais. Mas as crescentes tensões no governo, em parte em função do combate aos separatistas pró-Rússia no leste do país, estão levantando questões sobre a capacidade do governo de seguir esse plano.
Confrontos na semana passada em frente ao Parlamento em função de um projeto para devolver alguns poderes para as autoridades regionais - conforme estabelecido no acordo de paz costurado internacionalmente - deixaram três policiais mortos e fizeram um membro da coalizão governista de cinco partidos renunciar.
O governo também vem enfrentando resistência de outro parceiro da coalizão: a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, que quer elevar os gastos antes das eleições regionais, e não cortá-los.
"É essencial manter o curso das reformas e, na verdade, aumentar os esforços", disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, na noite deste domingo após se encontrar com Poroshenko e o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk. Ela afirmou que os progressos do governo até agora são "surpreendentes e corajosos" e que as reformas estão começando a dar frutos, mas alertou: "o fracasso em avançar com esse plano seria um retrocesso enorme".
Para encorajar os esforços da Ucrânia, os EUA têm sinalizado que estão preparados para oferecer outra rodada de garantias de empréstimos bilionárias se o governo cumprir o programa de resgate. "Nós temos indicado que existe uma terceira parcela na qual nós estaríamos dispostos a trabalhar", afirmou o secretário do Tesouro norte-americano, Jacob Lew.
O secretário-assistente para Finanças Internacionais do Departamento do Tesouro dos EUA, Ramin Toloui, se encontrou nesta segunda-feira com autoridades do governo e parlamentes em Kiev, pressionando por avanços nas reformas estruturais, incluindo a promessa de combate à corrupção.
Poroshenko disse que seu governo está "muito decidido a entregar as reformas" e espera que a terceira parcela do resgate seja aprovada em outubro. "Nós esperamos que o Parlamento ucraniano apoie e aprove as medidas que são necessárias para implementar a agenda de reformas", reforçou o primeiro-ministro do país. Fonte: Dow Jones Newswires.