INFÂNCIA

Unicef lança carta de 18 crianças vítimas da violência no mundo

Uma em cada dez crianças já foi vítima de relações sexuais forçadas

Da ABr
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Publicado em 15/09/2015 às 7:59
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Uma em cada dez crianças já foi vítima de relações sexuais forçadas - FOTO: Foto: AFP
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A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou nesta terça-feira (15) uma carta de 18 crianças afetadas pela violência em todo o mundo, para pedir aos líderes mundiais "um mundo mais seguro".

As 18 crianças - que retratam as situações de diferentes países - lembram que "a cada cinco minutos, em algum lugar do mundo, uma criança morre em consequência da violência". Elas pedem às lideranças no mundo que acabem com essa prática e construam um mundo mais seguro para as crianças, diz o texto, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

De acordo com os últimos dados do Unicef, uma em cada dez, dos 120 milhões de jovens com menos de 20 anos, já foi vítima de relações sexuais forçadas. Cerca de um quarto das jovens entre 15 e 19 anos (quase 70 milhões) afirmam ter sido vítimas de algum tipo de violência física desde os 15.

"Fomos forçadas a abandonar as nossas casas, a combater como crianças-soldados e a trabalhar como escravas domésticas. Fomos violadas, espancadas e atacadas em nossas próprias comunidades. Vimos, impotentes, os nossos pais, irmãos e amigos serem mortos à nossa frente. Memórias com essas são como murros no estômago e deixam-nos apavoradas. Nenhuma criança deveria ter um início de vida assim", afirmam na carta, promovida pelo embaixador de boa vontade do Unicef, David Beckham.

Em setembro, os líderes mundiais vão se reunir em busca de um acordo sobre os novos objetivos globais para o desenvolvimento, um plano de ação para os próximos 15 anos.

Um quinto das vítimas de homicídio no mundo é formado por crianças e adolescentes com menos de 20 anos, lembra a agência da ONU.

A carta do Unicef destaca a "epidemia de violência" contra as crianças e inclui testemunhos de sobreviventes do violento conflito no Sudão do Sul, abusos sexuais na Islândia, tráfico de crianças no Paquistão e violência em Portugal.

Em setembro, durante a assembleia-geral das Nações Unidas, em Nova York, David Beckham vai lançar um apelo, juntamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o director executivo do Unicef, Anthony Lake, para que os líderes coloquem as crianças, em especial as mais desfavorecidas, no centro das decisões e investimentos a serem feitos nos próximos 15 anos.

Para o Unicef, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a nova agenda para o desenvolvimento nos próximos 15 anos que vai ser adotada pela assembleia-geral da ONU em setembro, constituem uma oportunidade histórica para mudar as situações que tantas crianças suportam. Isso ocorrerá, no entanto, apenas se o mundo focar a atenção nas crianças mais desfavorecidas e vulneráveis e colocar os seus direitos à segurança, à educação e à saúde no centro da agenda.

"Não esperem nem mais um minuto. É a nossa vida que está em jogo", destacam os 18 signatários da carta, cujos nomes foram alterados: Sane (18 anos), da África do Sul, Parwana (20), da Austrália; João (18), do Brasil; Ravid (16), do Camboja; Magu (17), da Espanha; Sabreen (15), de Gaza; Akhrat (16), da Holanda; Tommy (16), da Irlanda; Daldís (19), da Islândia; Ashley (23), da Jamaica; Mohammad (15), da Jordânia; Babagana (12), da Nigéria; Rabia (9), do Paquistão; Alice (18), de Portugal; Jodie (20), do Reino Unido; Laetitia (14), da República Democrática do Congo; Boto (16), do Sudão do Sul, e Zina (10) da Ucrânia.

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