O líder do partido de esquerda Syriza, Alexis Tsipras, vai repetir a coligação com os nacionalistas Gregos Independentes, caso se confirmem os resultados eleitorais, informou neste domingo (20) a televisão pública grega ERT.
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Com 40% dos votos contados, o Syriza obteve 35,5% e 145 lugares no parlamento. Os Gregos Independentes, do ex-ministro da Defesa Panos Kamenos, conseguiram 3,72% e dez assentos. Juntos, os dois partidos terão 155 dos 300 lugares do parlamento grego, quatro mais do que a maioria absoluta.
De acordo com fontes dos nacionalistas, citadas pelo diário To Vima, os dois líderes partidários deverão fazer ainda esta noite uma declaração conjunta. Kamenos, que todas as sondagens excluíam do parlamento, chegou sorridente à sede partidária, mas até agora não prestou declarações aos jornalistas.
As eleições antecipadas foram convocadas logo após a renúncia de Alexis Tsipras do cargo de primeiro-ministro, em 20 de agosto. Ele pediu demissão depois que 25 deputados da ala mais à esquerda do Syriza contestaram o novo pacote de austeridade acertado entre a Grécia e a União Europeia, recuando nas promessas de que Tsipras acabaria com a política de austeridade no país.
O líder do Nova Democracia (ND), Vangelis Meimarakis, admitiu a derrota logo após os primeiros resultados oficiais e parabenizou Tsipras. "Travamos esta batalha com seriedade. Parece que o resultado dá a vitória ao Syriza e a Tsipras. Felicito-o, o resto discutiremos a seguir", afirmou Meimarakis ao chegar à sede de seu partido, perto do centro de Atenas.
Tsipras, que chegou à sede do Syriza com o braço levantado, em sinal de vitória, foi aclamado por uma multidão que se encontrava na rua.
Em terceiro lugar ficou o partido de extrema-direita Aurora Dourada, com 7,26% dos votos, seguida pelos socialistas do Pasok, com 6,44%, os comunistas do KKE, com 5,51% e o partido de centro To Potami, com 3,82%.
Os nacionalistas Gregos Independentes, parceiros do Syriza na coligação de governo, obtiveram 3,73% de votos e a União de Centristas, uma formação fundada há mais de duas décadas, mas que nunca obteve assento parlamentar, 3,51%.
Surgida de uma cisão do Syriza e liderada pelo ex-ministro Panayotis Lafazanis, a recém-criada Unidade Popular está fora do parlamento, com 2,80% dos votos. Na Grécia, o limite mínimo para chegar ao Parlamento está em 3%.
A presença às urnas ficou em 54,55%, a mais baixa da história registrada em eleições nacionais, num país onde o voto é obrigatório. Cerca de 10 milhões de gregos estavam convocados para votar nestas segundas eleições antecipadas do ano, que decorreram sem incidentes. Os colégios eleitorais abriram às 7h e encerraram às 19h locais (1h e 13h em Brasília).