DIPLOMACIA

China defende mulheres na ONU, mas vira alvo de críticas

Presidente Xi Jinping exigiu aumento de esforços na garantia dos direitos das mulheres

Da AFP
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Publicado em 27/09/2015 às 14:50
Foto: Timothy A. Clary/AFP
Presidente Xi Jinping exigiu aumento de esforços na garantia dos direitos das mulheres - FOTO: Foto: Timothy A. Clary/AFP
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O presidente chinês, Xi Jinping, pressionou neste domingo (27) para que o mundo aumente seus esforços na melhoria dos direitos das mulheres - mas seus comentários foram ofuscados pela prisão de feministas em seu próprio país.

Em sua primeira visita às Nações Unidas, Xi convidou os líderes mundiais para uma sessão especial para comemorar os 20 anos da conferência emblemática da ONU sobre gênero em Pequim. 

Xi anunciou um compromisso de 10 milhões de dólares para a Agência das Nações Unidas para as Mulheres, ONU Mulheres, e disse que a China irá construir nos próximos cinco anos 100 centros de saúde e 100 escolas para meninas em países em desenvolvimento. 

"A China fará mais para melhorar a igualdade de gênero como política de estado", disse o presidente, citando um provérbio chinês segundo o qual as mulheres são "a metade do céu".

"Em muitas partes do mundo, segue existindo a desigualdade entre homens e mulheres em matéria de direitos, oportunidades, e acesso aos recursos", lamentou. 

No entanto, a China deteve este ano cinco jovens feministas às vésperas do Dia Internacional da Mulher, que ficaram presas durante um mês.

O presidente norte-americano, Barack Obama, que voou neste domingo para as Nações Unidas, evitou a reunião de Xi.

Hillary Clinton, em plena campanha para suceder Obama como primeira mulher presidente dos Estados Unidos, condenou as declarações de Xi e saiu em defesa da campanha #FreeThe20, destinada a libertar 20 mulheres ativistas presas em todo o mundo.

"Xi promovendo uma reunião sobre os direitos das mulheres na ONU enquanto persegue feministas? Vergonhoso", escreveu Clinton no Twitter.

A conferência de Pequim em 1995 declarou que "os direitos das mulheres são direitos humanos" e fez um chamado à plena incorporação das mulheres em escolas e governo, assim como ao controle da saúde materna. 

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