O papa Francisco se reuniu neste domingo (27), na Filadélfia (EUA), com vítimas de abuso sexual cometido por clérigos. O pontífice afirmou que os autores desses crimes serão responsabilizados, em declarações feitas no último dia de sua visita aos Estados Unidos.
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"Deus chora pelo abuso sexual de crianças", disse Francisco. "A juventude é protegida e... todos os responsáveis serão responsabilizados."
"Os crimes, os pecados dos abusos sexuais contra menores não podem ser mantidos em segredo durante mais tempo", acrescentou.
Na quarta-feira, o papa já havia feito menção às vítimas de pedofilia, afirmando que casos de abuso sexual de crianças e adolescentes por sacerdotes não deveriam se repetir.
"Tenho ciência da coragem com que vocês enfrentaram momentos difíceis na história recente da igreja neste país, sem medo de autocríticas, a despeito do custo da mortificação e enorme sacrifício", declarou.
"Eu sei quanta dor nos últimos anos pesou sobre seus ombros, e eu dei apoio a todo o seu generoso compromisso de trazer alívio às vítimas e trabalhar para que estes crimes nunca mais se repitam", disse.
As declarações foram criticadas por advogados de vítimas de abusos, que consideraram que não são suficientes. Ele disse aos bispos que tinha consciência da "coragem com que enfrentaram todos os momentos difíceis da história recente da Igreja neste país sem medo de autocrítica e às custas de mortificação e de um grande sacrifício".
Notícias sobre os abusos e sobre como eles foram encobertos vieram à tona em 2002. Grupos de vítimas disseram que a Igreja não fez o suficiente para combatê-los.
A estimativa é que mais de 100 mil crianças americanas tenham sido vítimas de abuso sexual por sacerdotes, disseram especialistas de seguradoras em documento apresentado ao Vaticano em conferência de 2012.
Os escândalos sexuais afetaram duramente a credibilidade da Igreja Católica nos EUA. Em junho, o papa aceitou a renúncia de dois bispos americanos denunciados por negligência no caso de um padre preso por abuso sexual de crianças.