O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (29) sanções contra 25 pessoas e cinco grupos ligados ao Estado Islâmico. Com isso, a administração do presidente Barack Obama revelou informações de inteligência mostrando que a organização internacional possui tentáculos pela Europa, Ásia e Oriente Médio.
Leia Também
Os anúncios feitos pelo Departamento do Estado e pelo Tesouro buscam atrapalhar as atividades financeiras, logísticas e de recrutamento do Estado Islâmico que não podem ser atingidas por bombas ou ataques de drones. Muitos dos alvos das sanções ficam fora de áreas em conflito no Iraque e na Síria.
As sanções, o maior esforço do tipo contra o Estado Islâmico, também servem para demonstrar a disseminação da ideologia do grupo. O Departamento do Estado designou como organizações terroristas internacionais grupos regionais ligados ao Estado Islâmico a região russa do Cáucaso, na Argélia, na Indonésia e na Península do Sinai, no Egito. Entre os indivíduos classificados como terroristas estavam Sally Jones, um britânico, e a viúva de um militante morto recentemente em um ataque de um drone dos EUA.
Três cidadãos franceses e um russo também foram apontados como terroristas. Rússia, França e outros países cooperaram com Washington, compartilhando informações e contribuindo para as sanções, segundo fontes norte-americanas.
O Tesouro, por sua vez, lançou sanções financeiras contra membros do Estado Islâmico no Afeganistão, no Paquistão, na Líbia, no Iêmen e na Tunísia. Entre os indivíduos alvos de sanções na Síria havia um cidadão britânico, Aqsa Mahmood, acusado de recrutar três estudantes em fevereiro para fugirem do Reino Unido e se tornarem mulheres de combatentes do Estado Islâmico. Anteriormente, o Tesouro havia imposto sanções contra quatro membros do Estado Islâmico, um dos quais foi morto por um ataque com um drone em junho.
O anúncio foi feito antes de uma reunião entre o presidente Barack Obama e outros líderes mundiais para conter o Estado Islâmico. As sanções financeiras buscam dificultar a tarefa do grupo de usar sua imensa riqueza, disse Daniel Glaser, secretário-assistente do Tesouro para financiamento ao terrorismo. "Essas sanções impedirão que eles se envolvam em transações financeiras e dificultarão suas viagens", disse ele.
Instituições financeiras pelo mundo tendem a cumprir as sanções dos EUA, disse Glaser. As designações do Departamento do Estado significam que qualquer um que apoie os grupos ou indivíduos podem ser processados de acordo com a lei dos EUA.
Boa parte da receita do Estado Islâmico é gerada internamente, disse Glaser, citando a venda de petróleo, taxas e extorsão. Em julho, Glaser afirmou que o Estado Islâmico está conseguindo até US$ 500 bilhões ao ano em venda de petróleo, mais que suficiente para honrar sua folha de pagamento de US$ 360 milhões ao ano.
Os EUA acreditam que a Al-Qaeda e o Estado Islâmico trabalham juntos em um nível tático, apesar da hostilidade pública entre os grupos. Fonte: Associated Press.