Após a autorização do Senado da Rússia de enviar tropas para a Síria nesta quarta (30), e os primeiros ataques russos àquele país para combater o Estado Islâmico (EI), o secretário de Defesa norte-americano, Ashton Carter, afirmou que essa "intervenção está condenada ao fracasso".
Leia Também
Ashton Carter convocou a imprensa para uma entrevista coletiva na sede do Pentágono e disse que a ação da Rússia para combater o grupo extremista é "equivocada e contraproducente". Ele chegou a questionar se os primeiros ataques foram de fato, direcionados ao Estado Islâmico.
"Há suspeitas de que as as tropas estavam em zonas onde não havia nenhum grupo das forças do Estado Islâmico", afirmou o secretário.
Ele recorreu ao mesmo discurso do presidente Barack Obama, que, reiteradas vezes, e inclusive durante seu encontro com o presidente russo Vladimir Putin, na segunda-feira (28), disse que a "única saída" para neutralizar o grupo extremista islâmico na região e acabar com o conflito é promover a transição política e a saída do presidente sírio.
Carter afirmou que a estratégia russa pode lançar "lenha na fogueira" do conflito, ao invés de solicioná-lo. "Nossa posição é clara: a derrota do grupo Estado Islâmico e do extremismo na Síria não pode ser conseguida sem que, de maneira paralela, seja feita a transição política no país", enfatizou.
A imprensa internacional divulgou um comunicado do líder da oposição síria no exílio, Khaled Khoja, sobre os ataques. Khoja afirmou que 36 civis foram mortos num ataque russo em Homs. Ele disse acreditar que a Rússia está agindo para apoiar a permanência de Bashar al-Assad no poder.