O governo colombiano e a guerrilha das Farc retomam nesta sexta-feira as negociações de paz com disputas sobre os alcances do histórico acordo sobre justiça assinado ante o presidente Juan Manuel Santos o máximo líder guerrilheiro.
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O chefe negociador da guerrilha, Iván Márquez, destacou que os rebeldes continuarão negociando sem alterar o já estabelecido pelas duas partes em 23 de setembro, em Havana.
No entanto, destacou que se trata de um "documento em construção", inacabado, contradizndo a guerrilha, que afirma que o acordo sobre a justiça está fechado.
Já o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, afirma que buscará negociar "o mais rapidamente possível" um "cessar-fogo bilateral" com as Farc, após as boas-vindas ao anúncio de seu líder, Timochenko, de "suspender" a formação militar da guerrilha.
"Acho que esta é uma medida muito bem vinda, é uma demonstração de que vamos no caminho certo e por isso devemos negociar o mais rapidamente possível o cessar-fogo bilateral", afirmou Santos, após se reunir com o secretário de Estado americano, John Kerry, à margem da Assembleia Geral da ONU.
O presidente fez alusão ao anúncio do líder máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Timochenko, de ordenar a suspensão do treinamento militar para passar à "formação política e cultural", em meio a um avançado processo de paz.
O governo Santos e as Farc, que surgiram de um levante camponês em 1964 e que conta com 7.000 combatentes segundo cifras oficiais, buscam acabar com um conflito interno que castiga a Colômbia há mais de cinco décadas.