A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou neste domingo (4) a morte de mais três pacientes após o bombardeio atribuído aos Estados Unidos, neste sábado (3), a um hospital gerido pela entidade na cidade de Kunduz, no Afeganistão.
Assim, o número de mortos por causa do ataque sobe para ao menos 22, sendo 12 membros da MSF e dez pacientes, incluindo três crianças.
Christopher Stokes, diretor-geral da MSF, pediu uma investigação independente do ocorrido -o presidente dos EUA, Barack Obama, já havia afirmado apurar o que aconteceu- e disse não acreditar na versão que terroristas teriam usado o hospital para se esconder.
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"Sob a presunção clara de que um crime de guerra foi cometido, a organização humanitária internacional MSF exige uma investigação completa, transparente e conduzida por um órgão internacional independente", disse em um comunicado.
"Contar apenas com uma investigação interna gerida por uma parte do conflito seria totalmente insuficiente", continuou.
"Nenhum profissional da nossa equipe relatou qualquer confronto dentro do complexo hospitalar de MSF antes do ataque aéreo", afirmou Stokes.
Ainda segundo ele, o hospital estava lotado no momento do acidente, sendo que o prédio principal foi atingido diversas vezes, enquanto as outras alas do edifício foram deixadas praticamente intactas.
DE SAÍDA
A Médicos Sem Fronteiras disse neste domingo que está retirando todo seu pessoal de Kunduz. "O hospital da MSF não pode continuar funcionando. Os pacientes em estado crítico foram transferidos para outros estabelecimentos. Nenhum funcionário da MSF está mais no hospital", informou Kate Stegeman, porta-voz da organização no Afeganistão. "Neste momento, não sei dizer se o centro de traumatologia de Kunduz voltará a abrir", enfatizou.