O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (16) que o único ponto em que os americanos e os russos fecharam um acordo na Síria é sobre como evitar colisões aéreas de seus aviões militares.
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Os EUA criticam a intervenção militar russa na Síria pelo apoio dado às forças do ditador Bashar al-Assad e pelos ataques aos rebeldes apoiados pelo Ocidente. A coalizão ocidental prioriza ataques contra a milícia radical Estado Islâmico.
"O único entendimento que temos com a Rússia é em como mudar de trajetória caso nossos aviões e os aviões deles ocupem espaços similares no espaço aéreo sírio. Chegamos a alguns entendimentos e canais de comunicação."
Em entrevista após reunião com a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, Obama disse que os dois países diferem em suas estratégias de guerra e nas formas de conseguir a paz no país árabe.
"O presidente [russo, Vladimir] Putin acredita que, se ele continuar a fazer o que vem fazendo nos últimos cinco anos, que é dar apoio ao regime de Assad, o problema será resolvido."
Para ele, é necessário continuar a luta contra o Estado Islâmico, mas a guerra só terá fim com solução política. "Espero que a Rússia comece a perceber que não vão ser capazes de bombardear o caminho para a paz dentro na Síria."
OPERAÇÃO
A Rússia começou sua operação militar na Síria em 30 de setembro. Os primeiros alvos foram rebeldes contra o regime de Bashar al-Assad e a Frente al-Nusra, milícia contrária ao ditador que é filial da rede terrorista Al Qaeda.
Em 8 de outubro, Moscou disparou mísseis de navios ancorados no mar Cáspio. Os foguetes passaram por Irã e Iraque antes de atingir áreas dominadas pelo Estado Islâmico na Síria.
A operação russa deu força ao Exército sírio em terra. Nesta semana, as tropas do regime de Assad receberam reforço maior da Guarda Revolucionária iraniana e do grupo radical libanês Hizbullah, que já atuavam no conflito, para atacar seus opositores.