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A cidade nigeriana de Maidugari, berço do grupo jihadista Boko Haram, enfrenta há várias semanas uma onda de atentados suicidas que deixaram dezenas de mortos.
Nas últimas 24 horas, 34 pessoas morreram em uma série de ataques na capital do Estado de Borno, no extremo nordeste da Nigéria.
Nesta sexta-feira, três mulheres-bomba atacaram o bairro de Umarari, na zona oeste da cidade, e mataram quatro pessoas, anunciou a Agência Nacional de Gestão de Emergências (NEMA). Os atentados também deixaram 17 feridos.
Na quinta-feira (15), duas pessoas cometeram um atentado durante a oração em uma mesquita do bairro de Molai, uma ação que deixou 30 mortos, segundo a NEMA.
O primeiro homem-bomba detonou os explosivos ao entrar no edifício. Poucos minutos depois, o segundo terrorista detonou seus explosivos quando moradores tentavam ajudar as vítimas, um modus operandi padrão do Boko Haram.
De acordo com testemunhas, o número de mortos nos ataques de quinta-feira e sexta-feira pode superar 60, o dobro do balanço oficial, já que as autoridades tendem a minimizar os registros.
O Boko Haram, que sofreu algumas derrotas militares em 2015, ataca com frequência Maiduguri, local onde o grupo nasceu em 2002, mas também demonstrou sua capacidade de atacar fora do estado de Borno.
No início do mês, o grupo jihadista executou um atentado em Damaturu, no estado vizinho de Yobe, e matou 14 pessoas.
O "Estado Islâmico na província da África Ocidental", nova denominação do Boko Haram desde que jurou lealdade em março ao grupo Estado Islâmico (EI), também reivindicou dois ataques suicidas que mataram 18 pessoas em 2 de outubro em Abuja, a capital da Nigéria, no centro do país.
O grupo também ataca os países vizinhos - Chade, Camarões e Níger -, aliados militares da Nigéria na luta contra o Boko Haram.
O presidente nigeriano Muhammadu Buhari reafirmou na quarta-feira o objetivo de acabar, antes de dezembro, com a insurreição do grupo jihadista, que matou pelo menos 17.000 pessoas e provocou a fuga de 2,5 milhões de habitantes desde 2009.
"As Forças Armadas estão em boa posição para cumprir o prazo", disse Buhari.
Segundo um balanço da AFP, pelo menos 1.350 pessoas morreram desde que Buhari assumiu o cargo no fim de maio.
O comandante do Estado-Maior do exército nigeriano, o general Tukur Burutai, afirmou nesta sexta-feira que "os próximos dias serão cruciais" para o futuro do país, em uma mensagem direcionada às Forças Armadas.
A coalizão formada por Nigéria, Chade, Camarões, Níger e Benin, recebeu esta semana um apoio importante dos Estados Unidos.
O presidente Barack Obama anunciou o envio de 300 soldados a Camarões para ajudar na luta contra o Boko Haram.
As tropas se dedicarão a operações de informação, vigilância e reconhecimento aéreo, mas não devem combater diretamente os jihadistas, explicou a Casa Branca.
Os soldados permanecerão em Camarões "até que o apoio não seja mais necessário", afirmou o governo americano.