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Ataques aéreos russos mataram dezenas de pessoas na Síria, incluindo um comandante rebelde que havia servido no Exército do presidente Bashar al-Assad, disseram ativistas nesta terça-feira (20). Segundo as fontes, os ataques aéreos começaram na tarde de segunda-feira (19) e duraram várias horas, deixando vários feridos, em um dos mais mortíferos episódios desde o início dos ataques aéreos russos, há quase três semanas.
As tropas sírias e seus aliados do grupo militante libanês Hezbollah têm lançado ofensivas em terra no norte, no centro e no sul da Síria, com o apoio dos ataques aéreos russos. Essas forças agem também nos subúrbios da capital, Damasco, conseguindo retomar áreas do controle dos insurgentes.
O diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Rami Abdurrahman, afirmou que pelo menos 45 pessoas foram mortas na região de Jabal al-Akrad, na província de Latakia. Os Comitês de Coordenação Local, outro grupo de monitoramento dos ativistas, disseram que 57 pessoas foram mortas na província na segunda-feira, a maioria em ataques aéreos russos. Os dois grupos de ativistas disseram que entre os mortos está o desertor do Exército Basel Zimmo, ex-comandante da Primeira Divisão Costeira, uma facção rebelde ativa na área.
"Os russos estão destruindo todas as fortificações antes de atacar em Jisr al-Shughour", disse Abdurrahman, referindo-se a uma estratégica cidade do noroeste do país capturada pelos insurgentes neste ano. O Observatório, que depende de uma rede de ativistas dentro da Síria, disse que centenas de ataques aéreos russos nas últimas três semanas mataram 370 pessoas, entre elas 127 civis. O grupo disse que entre os civis havia 36 crianças e 34 mulheres.
Os ataques aéreos também mataram 243 combatentes de diferentes grupos insurgentes, incluindo o Estado Islâmico e o braço da Al-Qaeda na Sìria, a Frente Nusra.
A Rússia diz que sua campanha aérea busca ajudar o governo a lutar contra o Estado Islâmico e outros grupos "terroristas", mas muitos dos ataques atingiram rebeldes sírios nas áreas onde o grupo extremista não está presente.
Jabal al-Akrad fica perto da província de Idlib, no noroeste do país e dominada por rebeldes. A área tem sido alvo de ataques russos desde o fim do mês passado. A província de Latakia inclui uma área onde vive a minoria Alauita, de que faz parte Assad.
O conflito na Síria, iniciado em março de 2011, matou mais de 250 mil pessoas, deixou 1 milhão de feridos e fez com que metade da população do país deixasse suas casas. Fonte: Associated Press.