CONFLITO

Palestinos acusam Israel de não respeitar status quo na Esplanada das Mezquitas

Ao mesmo tempo, Ban Ki-moon voltou a insistir na necessidade de que os dirigentes israelenses e palestinos negociem e reafirmem a paz

Da AFP
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Publicado em 21/10/2015 às 10:29
Foto: ABBAS MOMANI / AFP
Ao mesmo tempo, Ban Ki-moon voltou a insistir na necessidade de que os dirigentes israelenses e palestinos negociem e reafirmem a paz - FOTO: Foto: ABBAS MOMANI / AFP
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Israel não respeita as regras de administração da Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, denunciou nesta quarta-feira (21) o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, depois de receber na cidade de Ramallah o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Ao mesmo tempo, Ban voltou a insistir na necessidade de que os dirigentes israelenses e palestinos negociem e reafirme "com palavras e atos que são sócios para a paz".

"Netanyahu comete um erro quando diz que respeita o status quo. Não é correto, é um erro", afirmou Abbas.

"O status quo do qual falamos é o que foi ratificado novamente em 1967 e que já existia antes, não o que (Ariel) Sharon impôs em 2000", completou o presidente palestino.

"As contínuas agressões contra a mesquita de Al-Aqsa abrem a porta para um conflito religioso, que, infelizmente já começou", disse Abbas.

"Não queremos isto e alertamos sobre as consequências".

Depois do encontro com Abbas, Ban, como havia feito na véspera com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, voltou a defender o diálogo para acabar com a perigosa escalada de violência em Jerusalém, Israel e Cisjordânia.

"Vamos continuar apoiando os esforços necessários com o objetivo de criar as condições para verdadeiras negociações. Mas, em última instância, são os palestinos e os israelenses que devem escolher a paz", declarou Ban Ki-moon.

"Nosso desafio mais urgente é acabar com a atual onda de violência e impedir mais mortes".

"A única maneira de acabar com a violência é com um progresso real e visível para uma solução política, incluindo o fim da ocupação", completou Ban.

"Insisti com os líderes israelenses e palestinos na necessidade urgente de reafirmar, com palavras e atos, que são sócios para a paz", reafirmou Ban.

Na terça-feira, durante uma reunião com Ban, Netanyahu negou qualquer responsabilidade na atual crise.

Apesar da visita de Ban, a violência não dá trégua.

Nesta quarta-feira, soldados israelenses feriram uma palestina de 15 anos, que se aproximava com uma faca da colônia de Yitzhar.

Na terça-feira (20), quatro palestinos morreram em dois ataques com faca e outro em um ataque com um automóvel. Dois israelenses ficaram feridos.

Desde o início do novo ciclo de violência em 1º de outubro, o balanço de mortos tem 47 palestinos - mais da metade em respostas a uma agressão ou a uma tentativa de ataque -, um árabe-israelense, oito israelenses e um cidadão da Eritreia confundido com um agressor.

Na terça-feira (20), Ban advertiu Netanyahu contra o uso excessivo da força na repressão aos ataques com facas.

Netanyahu respondeu de forma agressiva ao acusar Abbas de mentir e incitar a escalada, unindo-se "ao Estado Islâmico e ao Hamas para afirmar que Israel ameaça a mesquita de Al-Aqsa" situada na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém.

A Esplanada, terceiro local sagrado do islã, mas também venerada pelos judeus, é o foco da tensão entre israelenses e palestinos.

Ban defendeu o respeito às regras que vigoram no local há décadas e Netanyahu negou a intenção de modificar tais regras. 

A Esplanada é administrada por uma fundação islâmica sob a autoridade da Jordânia, mas o acesso é controlado por Israel.

Os judeus são autorizados a entrar em determinados horários, mas não podem rezar no local.

Os muçulmanos, que a princípio podem orar a qualquer momento, sofrem com frequência as restrições definidas pelas autoridades de Israel.

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