O governo dos Estados Unidos, Rússia e outros países que estão em um encontro em Viena, na Áustria, ofereceram amplo apoio nesta sexta-feira a um processo diplomático liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que pretende estabelecer as condições para acabar com a guerra civil na Síria.
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O acordo significa que as conversas entre o governo da Síria e a oposição podem seguir em frente com os componentes fundamentais para um acordo político, apoiado pela primeira vez por todos os poderes regionais e internacionais, incluindo a Rússia, os EUA, o Irã e a Arábia Saudita.
Entretanto, não houve consenso sobre o futuro do presidente da Síria, Bashar al-Assad, e devem aparecer diversos obstáculos à frente para que se chegue a umacordo sobre um processo de transição de poder que resulte em eleições livres e justas.
O encontro ocorreu no momento em que as diferenças pareciam estar se estreitando entre os dois blocos principais na questão - os aliados de Assad, Rússia e Irã, e os EUA, Arábia Saudita e outros países ocidentais que apoiam as forças rebeldes sírias moderadas.
O ministro de Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, disse antes da reunião que ele não entrou nas negociações apoiado em nenhum pré-requisito. Quando a reunião iniciou, o vice-ministro de Relações Exteriores, Amir Abdollahian, sugeriu mais flexibilidade: "O Irã não insiste em manter Assad no poder para sempre", ele disse para a imprensa, em Teerã.
Nenhum representante sírio foi convidado, tanto do governo quanto dos grupos rebeldes. Anteriores tentativas diplomáticas de trazer os lados do conflito na Síria para discutir no mesmo local falharam.
O vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, deu apoio qualificado à participação do Exército Livre da Síria nas conversações sobre o futuro do país, mas afirmou que o Kremlin tem dúvidas sobre o grupo.
Na sexta-feira de manhã, John Kerry, Secretário de Estado dos EUA, que participou de uma série de reuniões um dia antes do principal encontro, deu uma declaração cautelosa.
"Eu estou confiante de que encontraremos um caminho para seguir em frente. Mas é muito difícil", disse Kerry para repórteres no caminho para a reunião.
A Alta Representante da União Europeia (UE) para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, diminuiu as expectativas sobre um grande avanço, mas afirmou que só por ter todos os atores da questão reunidos para discutir já era um "passo muito relevante", que pode levar a novas reuniões e, eventualmente, a uma solução política.
No encontro estavam presentes diplomatas importantes da Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Turquia, Jordânia, Líbano, Iraque, Egito, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Oman. O vice-ministro de Relações Exteriores da China, Li Baodong, também estava presente, assim como o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura. Fonte: Dow Jones Newswires.