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O secretário de Estado norte-americano John Kerry pediu neste domingo (1) aos países da Ásia central a não sacrificarem o pluralismo na luta anti-terrorista, na região sob influência russa e inquieta pela ameaça do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Em um encontro sem precedentes em Samarkanda, Kerry encontrou com seus pares de Uzbequistão, Quirguistão, Cazaquistão, Tajiquistão e Turcomenistão.
Em seu segundo dia de visita à região, Kerry precisou fazer um verdadeiro equilíbrio entre a necessidade de reforçar o diálogo diante do avanço do EI e discutir, sem ferir as suscetibilidades, a temática de direitos humanos, duramente criticados nesses países pela comunidade internacional.
No início do almoço, os seis ministros das Relações Exteriores pediram o reforço da cooperação econômica sem citar os direitos humanos, enquanto Kerry defendeu o pluralismo.
"Na Ásia Central, como em outras partes, os povos querem governos que prestem contas (de seus atos) e sejam eficientes (...) Não podemos duvidar que o progresso em termos de governança democrática conduz a progressos em todos os outros domínios", argumentou.
Após o encontro, houve uma declaração comum, com o compromisso de "reforçar cooperação (em áreas como terrorismo e tráfico de drogas e de seres humanos) e manter encontros regulares". O documento também faz referência ao compromisso de "defender os direitos humanos".
Até terça-feira (3), Kerry visitará todos os países dessa região de maioria muçulmana, onde Rússia, China e Estados Unidos tentam exercer uma influência política e econômica cada vez maior. Tenta-se, ainda, tranquilizar esses países em relação ao avanço do EI e à situação no Afeganistão.
Em Samarkanda, Kerry foi recebido pelo presidente Islam Karimov, de 77 anos, que dirige o Uzbequistão desde a independência do país, há cerca de 25 anos.