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O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) voltou a reivindicar nesta quarta-feira (4) a derrubada do avião comercial russo no Egito no sábado, afirmando que não é sua responsabilidade comprovar a alegação, mas que pode fazer isto quando desejar.
Além da tragédia aérea que matou 224 pessoas, os jihadistas reivindicaram um atentado suicida cometido nesta quarta com carro-bomba em Al-Arich, no Sinai, no qual três policiais morreram.
Segundo os terroristas, o ataque foi cometido por um suicida em represália à "prisão de mulheres beduínas pelas forças apóstatas" na região.
Sobre a queda do avião russo, um integrante do EI que não se identificou em uma mensagem de áudio divulgada na conta do Twitter habitual da organização que seu grupo "não tem nenhuma obrigação de explicar como caiu".
O braço egípcio do EI, Província do Sinai, anunciou no sábado no Twitter que "derrubou" o Airbus A321-200 da companhia charter russa Metrojet, mas sem explicar como realizou o ataque.
A aeronave caiu no deserto do Sinai, reduto do EI, depois que se partiu em pleno voo, 23 minutos depois da decolagem da localidade turística egípcia de Sharm el-Sheikh.
"Tragam os destroços e procurem, mostrem as caixas pretas e analisem. Digam quais são os resultados de sua investigação", afirma o suposto membro do EI.
"Provem que não derrubamos e como o avião caiu. Nós vamos detalhar como caiu no momento que quisermos", concluiu o homem.
Autoridades egípcias e russas aguardam que a análise em curso das duas caixas-pretas do avião, uma registrando as conversas na cabine e a outra os parâmetros de voo, permita resolver o enigma.
A análise poderia determinar se o Airbus A321 da companhia russa Metrojet foi vítima de um acidente ou de m, atentado, como afirma o EI.
Nesta quarta-feira, o presidente egípcio Abdel Fatah al-Sisi deixou o Cairo rumo a Londres, onde realizará uma visita oficial de três dias, segundo a agência de notícias Mena. Antes da viagem, Sisi falou por telefone com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, com quem chegou a um acordo sobre a necessidade de "garantir uma maior segurança" em Sharm el-Sheikh, segundo Londres.
Este aeroporto recebe diariamente milhares de turistas que vêm para passar férias no Mar Vermelho.
Em declarações à imprensa britânica, o presidente egípcio Sisi afirmou que "levará tempo para esclarecer o incidente". "Olhe para o voo da Pan-Americana, que caiu na Europa (em Lockerbie, em 1988), levou anos para descobrir a verdade, as razões do acidente. Não podemos tirar conclusões precipitadas", afirmou à BBC.
Os 217 passageiros e sete tripulantes morreram no acidente, o pior desastre aéreo da Rússia.
As equipes de resgate continuavam nesta quarta a procurar novos corpos de vítimas.
Até o momento, 33 corpos foram identificados, segundo Igor Albin, vice-governador de São Petersburgo, cidade russa de onde procedia a maioria das vítimas.