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Os homossexuais poderão doar sangue na França a partir de 2016, anunciou nesta quarta-feira a ministra da Saúde, Marisol Touraine, que explicou uma aplicação "por etapas" e o "respeito absoluto à segurança dos pacientes".
A exclusão permanente das doações de sangue dos homens que tiveram relações sexuais com pessoas do mesmo sexo foi instituída na França nos anos 1980, com alegação do risco de contaminação da aids.
"Doar sangue é um ato generosidade, de cidadania, que não pode estar condicionado a uma orientação sexual. Em respeito à segurança absoluta dos pacientes, hoje retiramos um tabu e uma discriminação", declarou a ministra ao apresentar as medidas destinadas a acabar com a exclusão.
O presidente francês, François Hollande, havia prometido acabar com a proibição na campanha eleitoral de 2012.
Para garantir a segurança dos receptores, esta "abertura será feita por etapas", disse a ministra.
A partir da primavera de 2016 (outono no Brasil), a "doação de sangue total" - a forma mais comum na qual são extraídos todos os componentes do sangue (células e plasma) - será aberta aos homens que não tiveram relações homossexuais durante 12 meses, após um questionário e uma entrevista.
O governo também estabelecerá uma segunda possibilidade, no mesmo prazo: os homens que durante os últimos quatro meses não tenham mantido relações homossexuais ou que tenham mantido apenas um parceiro poderão doar plasma (parte líquida do sangue), graças à criação de um sistema que permitirá deixar o plasma em isolamento durante quase dois meses e meio para assegurar a inocuidade.
Este sistema seguro permitirá, além disso, às autoridades de saúde realizar um estudo sobre os novos doadores.
Se o estudo demonstrar que não há risco, as regras de doação de sangue dos homossexuais (ou homens que tiveram pelo menos uma relação sexual com outro homem) se aproximarão das regras gerais aplicadas aos demais doadores. Esta segunda etapa começaria em 2017, segundo o ministério.