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França mobiliza 115 mil agentes de segurança e pede ajuda à UE

A polícia francesa realizou 128 operações na madrugada desta terça para encontrar suspeitos de envolvimento com o terrorismo

Da Folhapress
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Publicado em 17/11/2015 às 9:30
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A polícia francesa realizou 128 operações na madrugada desta terça para encontrar suspeitos de envolvimento com o terrorismo - FOTO: Foto: AFP
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A França mobilizou 115 mil policiais e soldados para garantir a segurança do país após os ataques terroristas em Paris, disse nesta terça-feira (17) o ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve. O ministro também informou que a polícia realizou 128 operações na madrugada desta terça para encontrar suspeitos de envolvimento com o terrorismo.

Na noite anterior, os agentes haviam realizado 168 operações, que levaram à detenção de 127 suspeitos, sendo 104 em prisão domiciliar. Em entrevista à rádio France Info, Cazeneuve disse que "a maioria das pessoas envolvidas no ataque não eram conhecida pelos serviços" de inteligência franceses. Atualmente, há cerca de 10.500 pessoas registradas na lista de suspeitos de terrorismo na França, envolvendo diferentes graus de radicalização.

Além disso, o ministro pediu o aumento dos recursos destinados aos equipamentos policias, os quais diminuíram 17% entre 2007 e 2012, segundo ele. O premiê francês, Manuel Valls, disse nesta terça à rádio France Inter que algumas das vítimas dos ataques da semana passada ainda não foram identificadas, sem dar mais detalhes.

Os atentados a tiros e a bombas em diferentes pontos da capital francesa deixaram ao menos 129 mortos e 300 feridos, sendo 99 em estado grave. A milícia radical Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria dos ataques e ameaçou fazer atentados em outros países do Ocidente.

AJUDA COMUNITÁRIA

O ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, fez nesta terça um pedido formal de ajuda aos demais membros da UE, dias após o país ser alvo de ataques terroristas que mataram quase 130 pessoas. É a primeira vez que a cláusula de ajuda mútua do bloco é acionada.

"Em Bruxelas, eu acabei de invocar o artigo 42.7", publicou o Le Drian no Twitter durante uma reunião dos ministros da Defesa dos países da UE.

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O tratado de Lisboa, que constitui a UE, diz que, em caso de "agressão armada", os países do bloco "têm a obrigação de prover ajuda e assistência de todas as formas possíveis". Após o anúncio, Le Drian disse que a "França não pode fazer tudo" e "não pode agir sozinha".

Apesar de rumores, a França ainda não acionou o artigo 5 da Otan (aliança militar do Ocidente), que oferece ajuda militar a um aliado sob ataque. O mecanismo foi invocado apenas uma vez, pelos EUA, após os ataques de 11 de setembro de 2001.

VISITA DE KERRY

Em visita ao Palácio do Eliseu, sede do Executivo francês, o secretário de Estado americano, John Kerry, disse nesta terça que Paris "vai se recuperar" dos atentados. Além disso, o chanceler reafirmou seu compromisso em acompanhar o presidente Barack Obama na Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP-21, que ocorrerá na cidade nas próximas semanas.

Kerry também disse que os "estar confiante" na estratégia de combate ao EI. "Nós [EUA e França] concordamos em trocar mais informações, e estou convencido de que ao longo das próximas semanas, o Daesh [termo em árabe que se refere ao EI] sentirá mais pressão. Eles já sentem isso hoje. Eles sentiram isso ontem e nas últimas semanas. Nós ganhamos mais território. E o Daesh tem menos território", afirmou Kerry.

Nesta terça, a Força Aérea francesa intensificou seus bombardeios contra Raqqa, considerada a capital do EI na Síria. A Rússia, que confirmou nesta terça que terroristas plantaram uma bomba que derrubou o avião da companhia russa Metrojet no Egito há algumas semanas, também atacou posições do EI.

O presidente francês, François Hollande, disse na segunda-feira (16) que seu país "está em guerra" contra o terrorismo. Além disso, ele anunciou que pretende modificar a Constituição e estender por três meses o estado de sítio que está em vigor no país desde os ataques da semana passada.

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