A França preparou um documento de três páginas com demandas à União Europeia (UE) para reforçar a segurança nos países do bloco e no espaço de livre circulação do continente, conhecido como zona Schengen.
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Caso as propostas entrem em vigor, cidadãos europeus enfrentarão checagens muito mais rígidas em todas as entradas e saídas da área de livre circulação.
A lista deve ser apresentada durante uma reunião de emergência que acontece entre os ministros do Interior europeus na próxima sexta (20) e foi obtida com exclusividade pelo jornal inglês "The Guardian".
As demandas são decorrência dos atentados promovidos pelo Estado Islâmico (EI) em Paris na última sexta-feira, que deixaram 129 mortos.
Caso o bloco apresente dificuldade de implementar rapidamente algumas das medidas, o documento afirma que a França pretende adotá-las unilateralmente em seu próprio território.
O jornal ressalta o impacto que as medidas teriam no serviço de trens Eurostar, que liga Londres e Paris e Bruxelas por meio do túnel do Canal da Mancha -o Reino Unido, ao contrário de França e Bélgica, não faz parte da zona Schengen.
A França pressiona também pelo reforço da checagem de refugiados que chegam à Grécia vindos da Turquia.
"Controles imediatos, reforçados, sistemáticos e coordenados são necessários nas fronteiras externas para que as pessoas gozem de liberdade de ir e vir dentro do espaço Schengen", diz o documento, segundo o "Guardian". "Bancos de dados de contraterrorismo têm de ser consultados de maneira sistemática."
Mapa da Zona Schengen
Como raramente ocorre a checagem de cidadãos da União Europeia na entrada da área de livre circulação, argumenta a França, terroristas com passaporte europeu podem entrar facilmente.
A prioridade do país, aparentemente, é a adoção do sistema conhecido como PNR (registro de nomes de passageiros), que mantém os dados pessoais por ao menos um ano de qualquer um que voem dentro da UE.
Por fim, o documento pede um controle mais rígido da entrada e circulação de armas de fogo na Europa, além de uma integração maior entre as polícias de cada país para rastreá-las. Os franceses veem os países da antiga Iugoslávia como principais portas de entrada de armamentos como metralhadoras Kalashnikov nos mercados da UE.