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Kerry condena ataques palestinos a israelenses ao se reunir com Netanyahu

Kerry conversou com Netanyahu sobre as "medidas que podem ser adotadas para deter a violência"

Da AFP
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Publicado em 24/11/2015 às 17:30
Foto: NICHOLAS KAMM  AFP
Kerry conversou com Netanyahu sobre as "medidas que podem ser adotadas para deter a violência" - FOTO: Foto: NICHOLAS KAMM AFP
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O secretário de Estado americano, John Kerry, reiterou, nesta terça-feira (24), o apoio de seu país a Israel e condenou a onda de ataques palestinos contra israelenses ao se reunir com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém. 

Kerry conversou com Netanyahu sobre as "medidas que podem ser adotadas para deter a violência", mas também acerca da cooperação na segurança entre os dois países, "com um interesse particular na Síria (vizinha de Israel) e no grupo Estado Islâmico", disse o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby.

Nesta terça-feira, pouco depois da chegada de Kerry ao aeroporto internacional de Tel Aviv, outro ato de violência foi registrado.

Três israelenses ficaram feridos em uma estrada ao sul de Nablus, na Cisjordânia ocupada, ao serem atingidos por um carro. O motorista, palestino, foi "neutralizado".  

"Ninguém, em nenhuma parte, deveria viver enfrentando uma violência diária, com ataques nas ruas, facas, tesouras, carros", disse Kerry, mencionando que três americanos, dois deles com dupla nacionalidade, estão entre as vítimas  da espiral de violência em Israel e territórios ocupados.  

"Expresso minha total reprovação a qualquer ato de terror que acabe com vidas inocentes", acrescentou Kerry, que, após a reunião com Netanyahu, irá se encontrar com o presidente israelense, Reuven Rivlin. 

As declarações de Kerry se dirigiam, aparentemente, ao presidente palestino, Mahmud Abbas, que censura os assassinatos dos civis, mas não condenou os recentes ataques anti-israelenses. 

Kerry também se reunirá com Abbas nesta terça-feira, em Ramallah. 

Desde 1º de outubro, quando começou o atual ciclo de violência, morreram 92 palestinos, um árabe israelense, 17 israelenses, um americano e um eritreu. 

Cerca de metade dos palestinos morreram em tentativas de ataque. 

O restante perdeu a vida em confrontos com soldados ou colonos israelenses.

 

Direito de se defender

"Israel não somente tem o direito de se defender, mas a obrigação de fazê-lo", disse Kerry, reiterando o apoio dos Estados Unidos a seu aliado. 

Segundo especialistas, isto significaria que, duas semanas depois da visita de Netanyahu a Washington, foram superadas as graves crises de relações bilaterais entre os dois países.

A visita de Kerry foi precedida de novos atos violentos. Na segunda-feira, três agressores palestinos, incluindo uma adolescente, e um soldado israelense morreram em distintos incidentes.

As agressões com arma branca e automóveis são obra de "lobos solitários", que atuam por conta própria e ignoram os pedidos de resistência pacífica do presidente Abbas.

Em sua grande maioria são jovens, como as adolescentes de 14 e 16 anos, que na segunda-feira feriram levemente com tesouras dois israelenses em um mercado de Jerusalém Ocidental. Uma delas foi detida pela polícia. 

Esta onda de ataques com arma branca refletem o ódio, a falta de esperança, o descrédito dos dirigentes palestinos e a total ausência de avanços nas negociações de paz, estimaram alguns analistas.

Na segunda-feira, após as agressões, Netanyahu anunciou um reforço das medidas de segurança na Cisjordânia ocupada. 

"Não há limite à ação do exército e das forças de segurança", assegurou Netanyahu ao visitar uma colônia judia, palco de numerosos ataques. Anunciou também que as famílias dos agressores perderiam a permissão de trabalhar em Israel. 

Kerry pediu reiteradamente, sem muito sucesso, que ambas as partes tomem "medidas concretas" para reduzir a tensão e pôr fim à retórica provocativa. 

Membros da delegação que acompanha Kerry se mostraram pouco otimistas com relação ao êxito de sua visita-relâmpago. 

"Não há possibilidade de nenhum acordo entre as partes neste momento", disse um alto funcionário americano, ao se referir às conversações de paz interrompidas há 18 meses.

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