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Movimentos políticos e grupos armados da oposição síria estão reunidos em Riad para estabelecer as bases de possíveis negociações com o regime do presidente Bashar al-Assad. A reunião acontece na Arábia Saudita, que tem um papel de facilitador no processo.
O ministro saudita das Relações Exteriores, Adel al-Jubeir, deu as boas-vindas aos delegados e expressou o desejo de que as conversações apresentem resultados. A reunião, presidida por Abdulaziz Sager, um saudita que dirige o Gulf Research Centre en Genebra, acontece a portas fechadas em um um hotel luxuoso de Riad e deve prosseguir até quinta-feira.
Este é o primeiro encontro com estas características desde o início do conflito sírio em 2011, uma guerra que provocou 250.000 mortes e forço a fuga de milhões a partir para o exílio. Representantes políticos e militares da oposição estão em Riad para um processo internacional reativado no fim de outubro em Viena por 17 países e três organizações internacionais.
Os países que tentam ajudar no processo (Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita, Irã e países europeus) estabeleceram um calendário que prevê um encontro a partir de 1º de janeiro entre representantes da oposição síria e o regime de Damasco, antes de um cessar-fogo, a formação de um governo de transição em seis meses e a celebração de eleições em um prazo de 18 meses.
A próxima reunião internacional deveria acontecer em 18 de dezembro em Nova York. A oposição síria tenta superar suas divisões com o encontro. A reunião de Riad conta com uma "ampla participação de grupos opositores de dentro e fora da Síria", informou a agência SPA. Estão excluídas as organizações consideradas "terroristas" como os jihadistas rivais do grupo Estado Islâmico (EI) e da Frente Al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda.
Os grupos curdos não foram convidados e organizaram na Síria uma reunião paralela com outros movimentos opositores sobre o futuro político do país. Assad conta com o apoio do Irã e da Rússia, país que realiza bombardeios aéreos há dois meses na Síria, independentes dos ataques da coalizão internacional contra o EI liderada por Washington.
Ahrar al-Sham, considerado o grupo mais poderoso depois da Al-Nosra e do EI, afirmou que a conferência de Riad deve insistir na necessidade de derrubar o regime sírio, desmantelar os serviços militares e de segurança, preservar a unidade do país e rejeitar o confessionalismo.
Vinte integrantes da Coalizão Nacional Síria, a principal componente política da oposição, com base em Istambul, participa na reunião, que coincide com o encontro anual das monarquias do Golfo, também em Riad.