REUNIÃO

Kerry analisa crise síria com aliados em Paris

O objetivo do encontro desta segunda-feira (14) era buscar ''passos concretos'' para aplicar um cessar-fogo e abrir caminho para a ajuda humanitária no país

Da AFP
Cadastrado por
Da AFP
Publicado em 14/12/2015 às 22:38
Foto: NICHOLAS KAMM / AFP
O objetivo do encontro desta segunda-feira (14) era buscar ''passos concretos'' para aplicar um cessar-fogo e abrir caminho para a ajuda humanitária no país - FOTO: Foto: NICHOLAS KAMM / AFP
Leitura:

O secretário americano de Estado, John Kerry, reuniu-se nesta segunda-feira (14) com seus aliados em Paris para abordar a crise síria, antes de um possível encontro internacional sobre o conflito na próxima sexta-feira (18), em Nova York. 

Kerry conversou com seus homólogos de França, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Qatar e Turquia, informou o Ministério francês das Relações Exteriores. 

Após o encontro, Kerry viajou para Moscou para se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, e seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov. Na agenda, está o conflito na Síria.

"Ambos discutirão os esforços que estão em andamento para conseguir uma transição política na Síria e para destruir o EI", declarou o porta-voz Mark Toner.

"O secretário de Estado está ansioso por discutir com os dirigentes russos o projeto da próxima reunião do Grupo internacional de apoio à Síria, na sexta-feira, em Nova York", disse em Washington o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby.

"Não estou em condições de dizer se (a reunião) está confirmada 100%", mas "acredito em que podem considerar que ela ocorrerá", destacou Kirby.

"Queremos avançar rapidamente nas negociações e fixar uma base com uma resolução do Conselho de Segurança da ONU", explicou à AFP uma fonte diplomática francesa, que pediu para não ser identificada.

Documento 'pouco realista'

Os principais atores internacionais - entre eles Estados Unidos, Rússia, Irã, Arábia Saudita e vários países europeus - se reuniram em 14 de novembro, em Viena, onde acertaram um calendário para uma transição política na Síria.

O documento, que prevê uma reunião entre representantes da oposição e do regime até 1º de janeiro, a formação de um governo de transição em seis meses e eleições antes de 18 meses, foi tachado de "pouco realista" por alguns opositores.

O objetivo do encontro desta segunda-feira (14) era buscar "passos concretos" para aplicar um cessar-fogo e abrir caminho para a ajuda humanitária, explicou o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, em Paris.

Na semana passada, grupos da oposição síria, reunidos em Riad, anunciaram estar de acordo com uma negociação com o regime de Assad.

"Houve certos progressos, inesperados para a maioria de nós. O acordo da oposição sobre alguns princípios é animador para o processo de Viena, que é a única opção para acabar com cinco anos de guerra na Síria", destacou Steinmeier.

A oposição insiste, porém, na necessidade de que Assad se retire com o início de um eventual período de transição, o que é rejeitado por Damasco e por seus aliados.

O passo seguinte é designar 15 figuras da oposição para se reunir com o governo sírio, explicou uma fonte diplomática francesa. 

O bloco opositor nomeará seus líderes na sexta-feira, que se encarregarão de designar a delegação.

Últimas notícias