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Kerry discute com Lavrov e Putin sobre situação na Síria

A visita de Kerry, antes de uma reunião internacional sobre a Síria programa para sexta-feira em Nova York, tenta pressionar a Rússia a forçar o o presidente sírio, Bashar al-Assad

Do JC Online
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Publicado em 15/12/2015 às 14:35
Foto: Andrew Burton/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP
A visita de Kerry, antes de uma reunião internacional sobre a Síria programa para sexta-feira em Nova York, tenta pressionar a Rússia a forçar o o presidente sírio, Bashar al-Assad - FOTO: Foto: Andrew Burton/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP
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O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, reuniu-se nesta terça-feira (15) em Moscou com o seu colega russo Sergei Lavrov, e também conversará com o presidente Vladimir Putin, na esperança de encontrar um terreno comum na crise síria.

A visita de Kerry, antes de uma reunião internacional sobre a Síria programa para sexta-feira em Nova York, tenta pressionar a Rússia a forçar o o presidente sírio, Bashar al-Assad, a negociar com a oposição para acabar com a guerra civil que assola o país desde 2011 e que já fez mais de 250 mil mortos.

"É benéfico para todos quando as nações poderosas com uma longa história comum têm a capacidade de encontrar um terreno comum. Espero que hoje sejamos capazes de encontrar um terreno comum", afirmou Kerry em declarações transmitidas pela televisão russa antes da reunião com Lavrov.

"Mesmo que haja diferenças entre nós, fomos capazes de trabalhar de forma eficaz em questões específicas", ressaltou Kerry, que elogiou o papel da Rússia nas negociações sobre o programa nuclear do Irã.

Por sua vez, Lavrov disse esperar que a visita de Kerry seja "construtiva".

Kerry não fez outros comentários após o encontro.

O secretário de Estado também se reuniu com a ativista de direitos humanos Ludmila Alexeyeva. Segundo esta ex-dissidente soviética, Kerry perguntou sobre a situação das ONG e da sociedade civil na Rússia.

A autoridade americana deve se encontrar mais tarde no Kremlin com o presidente Putin.

Estados Unidos e Rússia devem decidir formalmente sobre a organização, muito provável, mas ainda não confirmada, da reunião internacional de sexta-feira entre os países que apoiam a oposição síria e os partidários do regime sírio.

Kerry, que chegou segunda-feira à noite em Moscou, participou na véspera em Paris, com o chanceler francês, Laurent Fabius, de uma reunião sobre a Síria com uma dúzia de países ocidentais e árabes.

O secretário de Estado também se reuniu com o seu homólogo da Jordânia, país responsável por estabelecer uma lista de grupos "terroristas" que devem ser excluídos do processo de negociações sobre a Síria.

Esta é uma questão muito sensível, porque há muitas opiniões, muitas vezes contraditórias, sobre o caráter "terrorista" ou não dos diferentes grupos de combatentes na Síria.

 

Próxima etapa: Nova York

A possível conferência de Nova York é parte do chamado processo de Viena, em que 17 países, incluindo a Rússia e o Irã, principais apoios da Assad, concordaram em 4 de novembro com um roteiro político para a Síria.

O documento, que prevê uma reunião entre representantes da oposição e do regime até 1º de janeiro, a formação de um governo de transição em seis meses e eleições antes de 18 meses, foi tachado de "pouco realista" por alguns opositores.

O objetivo do encontro desta segunda-feira era buscar "passos concretos" para aplicar um cessar-fogo e abrir caminho para a ajuda humanitária, explicou o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, em Paris.

Na semana passada, grupos da oposição síria, reunidos em Riad, anunciaram estar de acordo com uma negociação com o regime de Assad.

"Houve certos progressos, inesperados para a maioria de nós. O acordo da oposição sobre alguns princípios é animador para o processo de Viena, que é a única opção para acabar com cinco anos de guerra na Síria", destacou Steinmeier.

A oposição insiste, porém, na necessidade de que Assad se retire com o início de um eventual período de transição, o que é rejeitado por Damasco e por seus aliados.

O passo seguinte é designar 15 figuras da oposição para se reunir com o governo sírio, explicou uma fonte diplomática francesa.

O bloco opositor nomeará seus líderes na sexta-feira, que se encarregarão de designar a delegação.

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