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Seul e Tóquio começarão neste domingo a preparar uma reunião bilateral entre os ministros das Relações Exteriores, que será realizada na segunda-feira, com o objetivo de chegar a um acordo sobre o drama histórico das mulheres submetidas à escravidão sexual pelo exército japonês.
Os ministros se reunirão na segunda-feira (28) em Seul para abordar o tema das "mulheres de conforto", um eufemismo utilizado pelos japoneses para se referir à prática do exército imperial, um tema que abalou as relações entre os dis países durante décadas.
A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, sustenta que este tema continua sendo "o maior obstáculo" para que ambos os países possam ter relações amistosas.
No mês passado Abe e a presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, realizaram uma cúpula bilateral em Seul, na qual decidiram acelerar as negociações para solucionar o assunto.
Segundo vários historiadores, 200.000 mulheres, principalmente coreanas, mas também chinesas, indonésias e de outras nacionalidades, foram submetidas à escravidão sexual pelo exército japonês. Na Coreia do Sul restam 46 sobreviventes.
O Japão emitiu uma declaração em 1993 expressando suas "sinceras desculpas e arrependimento" às mulheres que sofreram "uma dor imensurável, incurável do ponto de vista físico e psicológico pelos ferimentos depois de terem sido usadas como 'mulheres de conforto'".
Desde que ambos os países normalizaram suas relações, em 1965, o Japão entregou cerca de 800 milhões de dólares em subsídios ou empréstimos a sua antiga colônia. Mas Seul quer que o Japão formule uma nova declaração para pedir perdão às mulheres escravizadas nos prostíbulos do exército imperial e que indenize as sobreviventes.
Antes desta reunião, Park havia se negado a se sentar para negociar se o Japão não condenasse antes os crimes ocorridos durante a guerra e a ocupação, entre 1910 e 1945. A reunião de alto nível programada para a tarde deste domingo em Seul contará com a presença do encarregado de assuntos do Nordeste da Ásia no ministério coreano, Lee Sang-Deok, e do representante japonês, Kimihiro Ishikane.