Diplomacia

Coreia do Sul e Japão alcançam acordo sobre escravidão sexual

Cerca de 200.000 mulheres foram submetidas à escravidão sexual pelo exército japonês

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 28/12/2015 às 6:52
Foto: Kim Hong-Ji  POOL  AFP
Cerca de 200.000 mulheres foram submetidas à escravidão sexual pelo exército japonês - FOTO: Foto: Kim Hong-Ji POOL AFP
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O Japão e a Coreia do Sul chegaram a um acordo sobre as "mulheres de conforto", que foram forçadas a servir sexualmente soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.

O Ministro de Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida, afirmou que o acordo inclui apoio às mulheres e usará 1 bilhão de ienes (US$ 8,3 milhões) em fundos do governo japonês. Um acordo anterior para ajudar essas mulheres nas décadas de 1990 e 2000 envolveu o uso de doações privadas, mas o governo de Seul pediu suporte direto do Estado japonês.

A questão das "mulheres de conforto" - um eufemismo para falar das mulheres forçadas pelo exército do Japão a servirem como prostitutas na Ásia na década de 1930 - por muito tempo estremeceu as relações entre os dois países vizinhos.

O anúncio do acordo vem depois de um raro encontro entre o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, em novembro, quando eles concordaram em pressionar por uma solução rápida para o problema.

Segundo o ministro Kishida, o acordo representa uma solução "final e irreversível" para a questão e "as relações entre japoneses e sul-coreanos vão entrar em uma nova era". Abe, que no passado havia questionado o envolvimento do Estado nos bordéis militares, pediu desculpas publicamente pelo caso.

"O primeiro-ministro Abe expressa novamente suas mais sinceras desculpas e remorso a todas as mulheres que passaram por experiências imensuráveis e dolorosas e sofreram feridas físicas e psicológicas como mulheres de conforto", declarou o Ministério de Relações Exteriores japonês em comunicado.

O ministro de Relações Exteriores da Coreia do Sul, Yun Byung-se, por sua vez, afirmou que o governo de seu país está determinado a encerrar a disputa "irreversivelmente" e cooperar com o governo japonês para abrir um novo capítulo. Segundo Yun, os dois governos vão "se abster de criticar um ao outro" pelo caso a partir de agora. Fonte: Dow Jones Newswires.

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