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Mais de 450 combatentes e civis, incluindo alguns feridos, começaram a deixar nesta segunda-feira três cidades sírias, em virtude de um acordo entre o regime de Damasco e os rebeldes, anunciou uma ONG. Além disso, ao menos 14 pessoas morreram e 132 ficaram feridas nesta segunda-feira em atentados que atingiram um bairro pró-regime de Homs, no centro da Síria, segundo informou a televisão oficial, que evocou dois atentados com carro-bomba e um ataque suicida.
Uma grande parte da província de Homs segue sob controle dos insurgentes, principalmente da Frente Al-Nosra (ramos sírio da Al-Qaeda) e do grupo Estado Islâmico (EI). Mais de 120 combatentes devem deixar Zabadani, último reduto rebelde na fronteira sírio-libanesa, passando pelo Líbano e Turquia, para outras áreas controladas pela rebelião na Síria, anunciou Rami Abdel Rahmane, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Ao mesmo tempo, 335 civis e combatentes das localidades de Foua e Kafraya, únicas aldeias xiitas na província de Idleb (noroeste) ainda sob controle militar, vão seguir para áreas sob controle do regime, também cruzando os dois países vizinhos, de acordo com a mesma fonte.
Em setembro, os rebeldes e o regime concluíram um acordo de trégua de seis meses em Zabadani e nas duas cidades xiitas em questão. Negociado pelas Nações Unidas, a primeira fase do acordo prevê o estabelecimento de um cessar-fogo, seguido de um envio de ajuda humanitária e, finalmente, a evacuações de civis e combatentes feridos.
Os deslocados de Foua e Kafraya chegarão na Turquia através do posto fronteiriço sírio-turco de Bab al-Hawa, de onde serão transportados para o aeroporto de Beirute e de lá, por via terrestre, para Damasco, segundo Abdel Rahmane. Os de Zabadani vão chegar ao Líbano através da fronteira terrestre, antes de aterrissar na Turquia, para terminar a viagem em zonas controladas pelos rebeldes sírios, segundo o OSDH.
Um outro acordo sem precedentes, que previa a partida no sábado de três bairros do sul do Damasco de cerca de 4.000 civis e jihadistas, pertencentes principalmente ao Estado Islâmico e a Frente Al-Nosra, foi suspenso um dia depois que as forças do governo mataram o poderoso chefe rebelde Zahrane Alluche, da milícia islâmica Jaich Al-Islã.
O regime do presidente Bashar al-Assad já acordou várias tréguas pontuais com grupos rebeldes desde o início da guerra, em 2011. Estes acordos geralmente preveem o abandono das armas pelos rebeldes em troca de uma ajuda aos habitantes locais, que vivem em condições precárias. Desde o início do conflito sírio, que já matou mais de 250.000 pessoas e milhões fugiram do país.