Terrorismo

Dois membros do EI ligados a atentados em Paris foram mortos na Síria

Os investigadores franceses preferiram prudência sobre o assunto

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Publicado em 29/12/2015 às 20:24
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O francês Charafe al-Mouadan, um combatente do grupo Estado Islâmico (EI) "diretamente ligado" ao jihadista belga Abdelhamid Abaaoud, mentor dos atentados de Paris, foi morto na Síria - informou nesta terça-feira (29) o coronel americano Steve Warren, porta-voz da coalizão anti-EI.

Al-Mouadan "preparava outros ataques", indicou o coronel Steve Warren.

O francês era amigo de um dos terroristas que atacaram a casa de espetáculos Bataclan, Samy Amimour, e viajou para a Síria em agosto de 2013, depois de ter sido interrogado na França e libertado sob controle judicial, relatou uma fonte francesa.

Os investigadores franceses preferiram prudência sobre o assunto.

"Atualmente, nada permite afirmar seu envolvimento" nos atentados de 13 de novembro que deixaram 130 mortos e centenas de feridos, disse à AFP uma fonte próxima ao caso.

Morto em 24 de dezembro, A-Mouadan está entre outros dez líderes do EI mortos em dezembro, acrescentou o coronel Warren.

Ele nasceu em 15 de outubro de 1989, filho de pais marroquinos em Bondy, subúrbio situado a nordeste de Paris.

Em outubro de 2012, foi preso quando pretendia partir, junto com os amigos Samy Amimour e Samir Bouabout, para o Iêmen, ou para o Afeganistão, pela Somália. O trio se radicalizou com base em leituras na Internet.

Al-Mouadan teve aulas de tiro em um clube da Polícia em Paris desde março de 2012, afirmou uma outra fonte consultada pela AFP.

Ele estava equipado com material paramilitar e contraiu um empréstimo de 20.000 euros, segundo a fonte.

 

COALIZÃO LANÇA OFENSIVA CONTRA EI

Em teleconferência de Bagdá, o coronel Warren disse que outro combatente do EI, Abdel Kader Hakim, "conectado com a rede responsável pelos ataques em Paris", foi morto em 26 de dezembro, dois dias depois de Mouadan.

Hakim era um combatente aguerrido e especialista na falsificação de documentos, segundo o Pentágono. Foi morto em Mossul, no Iraque.

O coronel Warren revelou também que, entre os dirigentes do EI mortos em dezembro nos ataques da coalizão tanto na Síria como no Iraque, está um cidadão de Bangladesh residente na Síria, Siful Haque Sujan, engenheiro formado na Grã-Bretanha. 

Segundo Washington, Sujan integrava as equipes de "hackers" do EI, além de ajudar a organização a se proteger de ciberataques, despistar os programas de controle eletrônico e desenhar armas.

"Agora que está morto, o EI perde um nexo-chave entre redes", segundo comunicado da coalizão.

A capacidade do grupo radical na província iraquiana de Kirkuk parece ter sido duramente afetada. Em 7 de dezembro, o chefe do EI na província, Khalil Ahmad Ali al-Wais, conhecido como Abu Wadhah, foi morto. No dia seguinte, morreu um especialista em bombas artesanais e, dois dias depois, por um dos adjuntos de Al-Wais, Mithaq Najim.

Esse foi um duro golpe na capacidade militar do grupo extremista na província, afirma a coalizão.

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